terça-feira, 5 de novembro de 2019

Menina que via filmes: Bate Coração [Crítica]

Título Original: Bate Coração
Data de lançamento 07 de novembro de 2019 
Direção: Glauber Filho
Elenco: Aramis Trindade, André Bankoff, Heloísa Jorge
Gêneros: Drama, comédia
País: Brasil
Ano: 2019
por Cecília de Lara


Na sala de cirurgia tudo fica devagar. Os segundos tornam-se horas, e os minutos, anos. E nesse ambiente um tanto quanto conflituoso é que o nosso trama se passa. Sandro, um homem um tanto quanto conquistador e sem escrúpulos encontra-se em um embate: Ele teve um ataque cardíaco. E entre choros e desesperos, é levado as pressas ao hospital, no qual recebe um novo coração, doado por Isadora Sunshine, uma linda mulher com um peito cheio de segredos e certezas. Agora, Sandro terá que lidar com sua nova vida e terá que abandonar seus antigos hábitos. 
Isadora Sunshine é a nossa protagonista. Vinda de uma família no interior, ela largou tudo: Esposa e família. Seu sonho era poder ser livre de todas as amarras dos preconceitos que a circundavam. Seu nome antigo, ja não importava. Agora era Isadora Sunshine e isso bastava. Ela trabalhava em uma boate e, posteriormente, veio a abrir um salão, com outras mulheres. Ela lutou durante toda a sua trajetória bravamente e o filme trata isso de uma forma muito lúdica. Em relação ao amor, o ator nos mostra que Isadora era puro sentimento. Junto com ela estava sempre um caderninho, onde anotava todos os seus pensamentos. Já na cidade grande, ela se casou com Vera, uma mulher incrivelmente linda e especial, que sempre ficou ao lado dela, inclusive na hora de sua morte. Junto com toda essa bagagem, “Isa”, como era popularmente chamada, tinha muitos confrontos internos. Ela carregava uma certa mágoa de seus relacionamentos familiares por conta dos preconceitos que sofreu, mas também jamais deixava se abalar por eles. 

Sandro, em contrapartida com nossa protagonista, é um homem novo, que vive cercado pelo luxo e muitas mulheres. Ele é o estereótipo do homem machista, cheio de preconceitos dentro de si. E no dia trinta e um de dezembro, no ano novo, ele e Isadora se encontram através de um transplante de coração, que salvou a vida de Sandro. 
No decorrer do filme, são abordados vários temos como: dificuldades vividas pelas pessoas transsexuais e travestis, preconceitos com a comunidade LGBTQI+, machismo, transfobia, amor, perdão, liberdade, a importância da doação de órgãos. E no meio de todos esses conflitos internos e externos, temos um longa que nos traz uma verdadeira reflexão sobre como o amor e o perdão podem nos libertar, e, é claro, de como a doação de órgãos salva tantas vidas. 

A trilha sonora do filme deixa tudo muito lindo. Temos desde músicas animadas, para as cenas mais coloridas e alegres, e músicas mais calmas, em cenas mais tristes e até fúnebres. A paleta de cores é sempre bem diversa e expressiva, sempre em tons abertos e chamativos, expressando a verdadeira essência do filme: a felicidade de ser livre. 
A mensagem que absorvi desse filme foi tão profunda que sai do cinema em lágrimas, pensando que quando fazemos as coisas com amor, tudo dá certo, mesmo que no final. Já não importa nossos erros ou acertos, pois da vida só levamos o quanto amamos e fomos amados, e o filme diz isso em todas as cenas, de uma maneira divertida e engraçada.

3 comentários:

  1. Puxa, tantos temas fortes num enredo só e sei lá, lendo a crítica, vi tudo com tanta poesia que chegou a dar uma emoção!
    Ainda não tinha visto ou lido nada a respeito deste filme, mas já quero muito ver!!!
    Beijo

    Rubro Rosa/O Vazio na Flor

    ResponderExcluir
  2. Cecília!
    Deve ser um filme tão lindo.
    Adoro quando os temas importantes como os citados são abordados e concordo que só levamos da vida o amor que demos e recebemos, por isso, nada de preconceitos, penso assim, o importante é ser feliz (desde que não magoemos outras pessoas).
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pela crítica, Cecília, adorei!! Filme nacional de qualidadr e que trata de temas super importantes e atuais, quero muito assistir!!!
    Só achei que poderiam ter colocado uma atriz trans para o papel da Isadora, né? Pq acho q o ator não é, até onde eu sei...

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)