terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Menina que via Filmes: Uma Mulher Alta [Crítica]



Título Original: Dylda
Título no Brasil: Uma mulher alta
Data de lançamento 12 de dezembro de 2019 (2h 17min)
Direção: Kantemir Balagov
Elenco: Vasilisa Perelygina, Konstantin Balakirev, Ksenia Kutepova mais
Gêneros Drama, Guerra
Nacionalidade Rússia
por Cecilia Mouta 

Uma Mulher Alta, representante da Rússia para o Oscar, é uma história que se passa na Rússia pós Segunda Guerra Mundial. A personagem principal, Iya (Viktoria Miroshnichenko), sofre de traumas deixados por sua participação na guerra. Ela e sua amiga, Masha (Vasilisa Perelygina), tentam reconstruir suas vidas sem, no entanto, conseguir deixar o passado para trás. 

A construção dos personagens ficou um pouco confusa. Tudo bem que personagens traumatizados por grandes eventos, como uma guerra, são personagens difíceis de entender, mas em Uma Mulher Alta ficou faltando algumas camadas de complexidade. Algumas cenas e comportamentos de determinados personagens me pareceram forçados, enfraquecendo a verossimilhança da história. Por isso ficou difícil de perceber se esses personagens rasos em seus traumas foram intencionais ou não. E para uma história que é “character driven”, ou seja, não é a trama que conduz a história e sim a personagem principal, criar uma protagonista não bem definida pode trazer muitos prejuízos para o sucesso da trama.

A narrativa começa com uma grande carga dramática, mas que não foi bem explorada por falta de uma trilha sonora. Inclusive, essa foi a maior falha do filme, na minha opinião. São mais de 120 minutos de história sem trilha sonora. Com isso, a narrativa se torna cansativa e em diversos momentos nos quais a carga dramática poderia ter sido mais bem explorada, não foi. 
O ponto alto do filme foi a direção de arte, cenografia e figurino. Cenários bem construídos e que contribuíram para contar a história dos personagens. A direção de Kantemir Balagov, em determinadas cenas, também teve seu destaque, potencializando o teor dramático. 

De modo geral, Uma Mulher Alta é um filme com potencial, mas que peca em alguns pontos. Com uma narrativa longa, torna-se muitas vezes cansativo, principalmente por não ter trilha sonora para ajudar o espectador a entrar na história. Poderia ser um filme intenso, mas acaba sendo uma história morna, apesar de boas atuações. 

*Filme assistido na cabine de imprensa do festival do Rio por nossa colunista Cecilia Mouta. Nossos colunistas são voluntários, seus textos são autorais e de responsabilidade do mesmo. 

4 comentários:

  1. Cecília!
    Gosto de filmes com dramas, principalmente relacionados ao pós guerra, mas pelo visto a falta de uma trilha musical e uma narrativa cansativa em um longa, desanima um pouco mesmo com a cenografia e figurino bem feitos.
    cheirinhos
    Rudy

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  2. Puxa, um enredo que tinha tudo para ser ótimo e acaba deixando um tanto a desejar.
    O título já induzia a gente a pensar em algo mais explorado, principalmente pelos traumas deixados após a guerra. Mas talvez tenha faltado isso, se aprofundar mais nessas camadas de dramas e traumas!!
    Mesmo assim, sei que vou acabar vendo mesmo( o amor ao cinema grita alto em mim)
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  3. Que pena o filme não ser tão bom, no começo da resenha quando fala que é um filme sobre os traumas de uma mulher pós guerra já fiquei curiosa, mas depois fui me desanimando...

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  4. Oiii ❤ Achei interessante que o cenário escolhido para a história é uma Rússia depois da Segunda Guerra.
    Deve ser bem difícil tentar esquecer tudo o que se vive numa guerra, as personagens devem ter memórias bem marcantes dos momentos que viveram na guerra.
    É uma pena que seja confuso entender a personalidade das personagens e que o filme não tenha uma trilha sonora.
    Beijos ❤

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