De “menina malvada” a diretora
Um bate papo com Maiara Walsh, que é o oposto das vilãs que interpreta.
Na última quinta feira, dia 12/12, eu tive a oportunidade de me encontrar com a atriz Maiara Walsh durante o Rio Market, uma feira de negócios dentro do Festival do Rio. A atriz, conhecida por interpretar vilãs em filmes e séries norte americanos, veio apresentar seu curta-metragem, “Young Blood”, sangue fresco, em português. Por “seu”, quero dizer que Maiara atua, mas também é a roteirista e diretora do curta que eu pude conferir em primeira mão. É o seu projeto pessoal, e isso fica perceptível, no melhor sentido. Ninguém melhor do que a própria idealizadora do projeto para defendê-lo e garantir que ele seja bem sucedido, não é?
Além de talentosa, Maiara foi extremamente simpática, como vocês verão a seguir. Ela, que também é brasileira, falou comigo em português sobre o projeto atual, o que a motivou, família e projetos futuros. A entrevista passou super rápido, e deu a sensação de ser uma conversa entre amigas. E pasmem, em 2020 Maiara participará de um filme com a Larissa Manoela e a Thati Lopes, sobre intercâmbio! Mal posso esperar para assistir!
Confira o que rolou na entrevista:
Larissa: Eu sei que você é brasileira, né?
Maiara Walsh: É, minha mãe é brasileira, pai americano.
Larissa: Então, você já veio ao Rio? Você morava em São Paulo, né?
Maiara Walsh: Só quando eu era criança. Quando eu era criança eu morei aqui, mas só por alguns anos. Daí, a minha família do lado da minha mãe mora em São Paulo ainda. Então, sempre, todo ano eu estava viajando pra cá. Mas esse ano foi o primeiro ano que deu para trabalhar no Brasil, e eu fiquei muito animada, porque eu sempre quis trabalhar aqui.
Larissa: Muito legal! Mas você já tinha vindo ao Rio?
Maiara: Quando eu tinha dois anos. Então eu não lembrava de nada. Para mim, é como a primeira vez.
Larissa: Você fala português muito bem.
Maiara Walsh: Obrigada!
Larissa Rumiantzeff: Vocês falam português em casa?
Maiara Walsh: Sim, eu converso com a minha mãe só em português. Eu falo para ela: “Para de falar inglês, porque eu preciso praticar”.
Larissa: Eu já vi trabalhos seus, adorei aliás os “Jogos famintos” (paródia de Jogos Vorazes).
Maiara: Sim! Ah, eu esqueci que passou aqui (risos).
Larissa: Eu vi tudo ontem. Kantmiss Evernote (risos). Eu vi também o “Switched at Birth”... Você tem uma tendência a fazer papéis de vilã, né?
Maiara Walsh: Sim, e eu acho que eu comecei a escrever porque eu estava fazendo tanto esses papéis de vilã, e de vez em quanto eu adoro ser a vilã, mas todas as vezes não, então eu falei; “Nossa, chega! Eu vou escrever. Mas foi a melhor coisa que podia acontecer.
Larissa: Mas como eu falei, eu adorei o “Young Blood”. Você pode falar um pouquinho sobre o filme, sem dar spoiler?
Maiara: Com certeza. É sobre um menino que tem dificuldades financeiras. E ele aproveita uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Há uma clínica que oferece transfusões de sangue de doadores jovens e saudáveis para os ricos que querem se manter jovens. Mas ele acaba descobrindo que há um segredo sádico por trás dessa empresa.
Larissa: Nossa, e agora a gente vai descobrir em breve, né? Eu já vi...
Maiara: Você já viu.
Larissa: Adoro histórias distópicas. Adorei o final. De onde você tirou a inspiração para escrever essa história?
Maiara: Então, eu tinha um amigo... Tem uma companhia em San Francisco, que só fechou esse ano, que estava oferecendo essas transfusões. Eles queriam que o meu amigo investisse neles. Então ele foi a San Francisco e recebeu essa transfusão de sangue. Ele falou que ele não sentiu nada. Mas eu não consegui parar de pensar nesse assunto. Eu falei: Nossa, eles são como os vampiros modernos! Então, com essa ideia eu sentei e escrevi tudo numa noite. E daí eu falei. “Esse vai ser o meu curta”.
Larissa: Daria um bom episódio de “Black Mirror”.
Maiara: Sim, sim.
Larissa: E eu soube de uma boa notícia com relação a ele...
Maiara: Ah, sim. Eu já escrevi um longa. Então, nunca era a minha ideia, fazer um longa. Eu fiz esse curta porque eu queria fazer um longa de um outro roteiro, mas aí as pessoas assistiram o curta e falaram “onde está o roteiro para isso?”. Aí eu falei: Ah, acho que eu preciso escrever, então.
Larissa: Esta foi sua primeira experiência como diretora, roteirista e atriz no mesmo filme?
Maiara: Eu fiz um trailer, acho que uns três ou quatro anos atrás, que foi três dias de filmagem. E esse daqui foi três dias de filmagem também. Aquele trailer foi a minha primeira experiência de dirigir, escrever e atuar. Então pra mim, eu gosto muito, eu adoro o processo. A única coisa que é um pouco difícil pra mim é a pós produção.
Larissa: Eu imagino:
Maiara: Porque demora tanto tempo. E eu fico sentada do lado da editora, e demorou... eu falei “Nossa mãe do céu, quando que vai acabar?”
Larissa: Essa é uma produção internacional, como todas que você já fez, né? Você deu uma canja, você falou ainda agora sobre um trabalho no Brasil...
Maiara: Sim, eu vou fazer um filme da Netflix em janeiro, com a Larissa Manoela e a Thati Lopes, “Diários de Intercâmbio”.
Larissa: Ah, nem gosto desse assunto (rindo). Eu já tinha visto sobre o seu trabalho, mas quando eu vi que tinha um trabalho em vista sobre intercâmbio também, eu fiquei extremamente empolgada. Fala um pouquinho sobre o que é o filme novo.
Maiara: É sobre intercâmbio. Então a Larissa e a Thati vão para os Estados Unidos para fazer intercâmbio, e a única coisa que eu posso falar do meu papel é que eu sou uma americana louca.
Larissa: (risos)
Maiara: Mas quando eu li o roteiro, eu dei muita risada, eu gargalhei, não deu para parar, então eu falei “ah, então vai ser bom!”.
Larissa: Então para finalizar, eu queria te dar um presente. Já que você vai fazer um filme sobre intercâmbio, queria te dar o meu livro, Dramalhama, com uns brindes.
Maiara: Eu estava tentando achar um livro em português para ler! Então vou ler este aqui.
Larissa: Muito obrigada pela paciência e pela simpatia!
Que delícia quando tem post com entrevistas assim!É a única chance que nós, que moramos no fim do mundo, ver e ler tanta coisa gostosa!!!
ResponderExcluirMesmo não conhecendo as letras da autora, a simpatia dela é ímpar e eu adorei ler tudo acima!!!
Quero demais poder me aprofundar nos trabalhos dela!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Que entrevista gostosa, adorei :) É tão legal esses contatos com os atores (e no caso escritora e diretora... Kkkk)
ResponderExcluirPois é!!! Eu, que mal conhecia o trab dela antes da entrevista, simpatizei tanto que agora acompanharei tudo. E olha que ela estará em um filme brasileiro da Nrtflix em Janeiro, chamado Modo Avião e estrelando Larissa Manoela
ResponderExcluirRealmente ela parece bem legal e simpática e muito inteligente, porque primeiro escrever um curta e depois amplkiar para um longa, é difícil.
ResponderExcluirDesejo o maior sucesso.
cheirinhos
Rudy
Oiii ❤ Nossa, que simpatia de pessoa! Achei a Maiara uma fofa, é vilã só na ficção mesmo rsrsrs.
ResponderExcluirAchei legal você trazer uma entrevista pro blog, foi legal conhecer mais sobre a atriz e sobre o novo filme dela.
Beijos ❤