Menina que via Filmes: Bad Boys para Sempre [Crítica]

Título Original: Bad Boys for Life

Lançamento: 30 de janeiro de 2020 (2h 04min)

Gênero: Ação, Comédia

Direção: Adil El Arbi, Bilall Fallah

Elenco: Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens

Nacionalidade: Americana

por Gabriela Leão

Mais de quinze anos após Bad Boys II, os policiais Mike Lowrey (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence) se unem para mais uma investigação, em busca do chefe de um poderoso cartel, dessa vez com o auxílio da nova equipe de elite da polícia de Miami, a AMMO.

Antes de tudo, vou avisar que vale a pena evitar trailers, ainda mais se você já gostou dos anteriores e já tem a intenção de assistir Bad Boys Para Sempre. Vi o trailer só agora, estava pronta para dizer que não entregavam muito, o que seria bom, mas fui conferir para ter certeza. Devo ter visto uma versão reduzida na televisão, porque eles mostram demais do filme, inclusive várias piadas ótimas que perdem metade da graça se você já viu antes. Tem mais spoilers do que vou dar com essa crítica.

Enfim, para falar do longa, faz bastante tempo que assisti os dois primeiros da série, provavelmente mais de dez anos. Não me lembro de absolutamente nada do segundo e só relances do primeiro, mas ainda assim pude perceber que a essência se manteve. Fui assistir esperando um certo tipo de filme, queria ação, boas piadas, seriedade em um momento ou outro necessário. Estava tudo lá, Mike e Marcus eram os mesmos policiais, com a diferença só na idade. Ok, talvez com alguns quebras com o alívio cômico em horas que não precisava, mas o objetivo de Bad Boys nunca foi ser completamente sério. 

A verdade é que o senso de humor do longa, principalmente em se tratando do trazido por Martin Lawrence, como Marcus, é um pouco mais bobo do que eu gostaria. Eu sou daquelas que prefere a graça nas situações do que nas piadinhas diretas faladas pelo personagem, circunstâncias cômicas ao invés de comentários engraçadinhos. É só uma questão de estilo de comédia, de qualquer forma, não é bobo o suficiente para atrapalhar o filme como um todo, está mais em uma cena ou outra que poderiam ter deixado a piada de lado. O longa é engraçado, isso com certeza, mas para mim a melhor piadinha veio com o personagem de Mike Lowrey, e infelizmente está no trailer (de novo, evite!).

A dinâmica entre os personagens de Will Smith e Martin Lawrence continua incrível, mas a introdução da AMMO foi uma escolha interessante, abriu espaço para novos relacionamentos, evitando a manutenção, ou repetição, dos conflitos entre os personagens. Sem contar que foi uma atualização necessária ao tipo de trabalho policial que nos foi apresentado nos filmes anteriores, trazendo métodos de investigação mais condizentes com o que vemos hoje, sem precisar colocar a mudança em Mike ou Marcus. 

Quanto a trama, não acho que vale a pena analisar muito, dissecar camadas não deve ajudar o filme. Rolou uma certa chuva de clichês, vários ainda devem estar disfarçados para mim por detrás das cenas de ação, que estavam me divertindo na hora, e prefiro continuar sem percebê-los. Não chega a ser um problema específico, era o que esperava quando fui assistir. O nome Bad Boys Para Sempre já me indicava que esse longa tinha a intenção de ser maior, ou pelo menos mais pessoal, e me parecia inevitável cair nos clichês do gênero. Uns foram mais exagerados que outros, concordei completamente com o personagem Marcus, que em certa altura comenta que parece estar assistindo uma telenovela mexicana. 

Mas, o importante em Bad Boys é rir bastante enquanto se assiste um filme de ação maneiro, sem ter que pensar muito em relação ao que estamos vendo. Objetivo cumprido, é melhor do que a média do gênero, mas nada marcante e nada épico, o que talvez um último Bad Boys merecesse. Quer dizer, o filme coloca essa como a última investigação de Mike e Marcus juntos, porém não tenho ideia se o plano é realmente parar por aqui, como “Para Sempre” sugere. Dependendo da bilheteria, imagino que não.