Menina que via Filmes: Kursk - A última Missão [Crítica]

Título Original: Kursk

Título Brasileiro: Kursk - A Última Missão

Data de lançamento: 09 de Janeiro de 2020

Duração: 1h57min

Direção: Thomas Vinterberg

Elenco: Matthias Schoenaerts, Léa Seydoux, Colin Firth e Peter Simonischek

País: EUA/França

Ano: 2018

Gênero: Drama

por Bernardo Freitas

Quase 20 anos depois do incidente do submarino russo, Kursk, uma adaptação cinematográfica da tragédia que deixou mais de 100 homens mortos estreia nos cinemas brasileiros. Do mesmo diretor do aclamado “A Caça” (2013), “Kursk - A Última Missão” apresenta uma narrativa convincente sobre a tragédia, tendo destaque pela sua capacidade de comover e inquietar o espectador em uma mesma cena. O longa acompanha a vida dos marinhos a bordo do submarino Kursk, desde alguns antes de embarcarem até seus últimos momentos dentro do submarino. Ao mesmo tempo, o longa também acompanha a vida de seus familiares e das forças navais lidando com a situação dos marinheiros presos no submarino. 

Dividido em três tramas principais sobre um mesmo acontecimento, as três tramas conseguem ser bem elaboradas e satisfatórias. Desde a inquietação dos familiares dos marinheiros que não recebiam informações acerca dos sobreviventes naufragados, ou a forma irresponsável como as autoridades agiam diante das dificuldades de resgatarem os marinhos, até a forma como os sobreviventes resistiam fortemente enquanto esperavam pelo resgate. As tramas se completam e conseguem transmitir para o espectador uma pequena vivência de toda a situação que está acontecendo. Ficamos aterrorizados e com medo pelos sobreviventes; ficamos ansiosos e comovidos pelos familiares; e ficamos revoltados e incrédulos como as forças marinhas lidavam com a situação. O longa se equilibra em uma corda, onde de vez em quando ele tende a cair para o suspense, e de vez em quando tende a cair para o drama; Não que uma coisa acabe substituindo a outra, mas as duas se complementam para entregar um excelente resultado.

Entretanto, o longa acaba falhando ao focar na narrativa dramática e se ausentar de momentos que deveriam ser mais explicativos acerca da gravidade da situação do submarino e dos interesses políticos das forças navais que levaram a suas atitudes irresponsáveis. Por mais que o filme chegue a apresentar explicações em algumas cenas, a sensação que permeia é a falta de alguma coisa. Talvez uma contextualização histórica maior na narrativa desse maior entendimento ao público que não conhece a história em que o filme é inspirado. 

Assim, “Kursk - A Última Missão” consegue cumprir com sua proposta apesar da ausência de mais detalhes. Através de atuações convincentes de seus atores e da mão firme do diretor, o filme consegue se manter durante seus três atos, sem se tornar cansativo ou apelativo demais. É a dose certa para entreter, comover e informar o público acerca do que apresenta.