Menina que via Filmes: Tarde para Morrer Jovem [Crítica]

Título original: Tarde para Morir Joven

Título no Brasil: Tarde para Morrer Jovem

27 de fevereiro de 2020 / 1h 50min / Drama, Romance

Direção: Dominga Sotomayor Castillo

Elenco: Demian Hernández, Antar Machado, Magdalena Tótoro, Matías Oviedo

Nacionalidades: chilena, brasileira, argentina, holandesa, qatarense

Distribuidor: PANDORA FILMES

Ano de produção: 2017

Tipo de filme: longa-metragem

Idiomas: Espanhol

Por Luciana Machado

Sinopse: No verão de 1990, a democracia volta ao Chile. Em uma cidade isolada, Sofía, Lucas e Clara se preparam para o Ano Novo, enquanto lidam com seus primeiros medos e amores. Apesar de estarem longe dos perigos da cidade grande, estão perto dos da floresta.

O filme começa com a família da Sofía (Demian Hernández - Víctima potencial) indo buscar outras crianças para levar para o último dia de aula. Depois mostra o pessoal que mora nesta área rural isolada do Chile se reunindo para discutir como trazer energia elétrica para a área, as crianças estão procurando a cachorra da Clara (Magdalena Tótoro), que se chama Frida, e Lucas (Antar Machado) e Sofía estão combinando de passar a noite de ano novo no clubinho (tipo uma casa na árvore, onde as crianças e adolescentes se reúnem). Quando chega Ignacio (Matías Oviedo - Un Día Cualquiera, Invierno, Santiago Violenta), que atrai muito a atenção da Sofía, que tem apenas 16 anos e sonha em ir morar na cidade com a sua mãe que é cantora.

A história gira entorno desses três personagens, Clara, que tem 10 anos e mora com os pais e vai ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha, que está preocupada em encontrar sua cachorra. Lucas, com 16 anos, que é músico, e está apaixonado pela Sofía e vê o interesse dela por ele diminuir a cada minuto que Ignacio aparece na frente dela. Sofía que está experimentando drogas e sexo e deseja fugir daquele lugar. Mostra muito o cotidiano dos moradores do lugar.

Sobre a volta da democracia no Chile, ficou muito sutil no filme, aliás, se não tivesse na sinopse, eu nem perceberia, só teve uma cena que pode ter relação com este fato, mas que na hora que passou, eu não associei a ditadura, pensei que fosse outra coisa que pudesse causar problemas aos adolescentes.

A trilha sonora e a captação dos sons ambientes, eu achei bem interessante. Toca música quando tem algum rádio ou disco tocando, alguém tocando algum instrumento, ou cantando. As vezes aparecem sons de alguém trabalhando ou mexendo em alguma coisa, e que não é o foco da cena, achei bem legal isso. Aliás, tem muitas informações nas cenas, o foco está num personagem e tem coisas acontecendo ao redor, como é na vida real, cada um vivendo a sua vida.

O filme me trouxe um pouco de nostalgia da minha infância, lembrei da época que eu passava natal ou ano novo na casa da minha avó no meio do mato em Piraí, um lugar que eu detestava, porque sou muito alérgica, e natureza atacava as minhas alergias, então eu estava sempre com os olhos coçando, nariz escorrendo, espirrando e tossindo muito. E me entupindo de antialérgicos que me deixavam sonolenta. Fora que festas de fim de ano eram insuportáveis para mim (e ainda são), por causa do calor, e minha família é muito barulhenta, bebia muito e não tinha sossego numa casinha abarrotada de gente. Então o filme não me trouxe um sentimento bom.

“Tarde para morrer jovem” é um filme que eu acho um pouco complicado para alguém que não tem um conhecimento muito aprofundado sobre cinema, como eu, explicar coisas específicas sobre o filme, tipo: enquadramento, a fotografia utilizada neste filme que é meio sépia, entre outras coisas. Por isso a minha nota foi essa, é um filme muito bom, mexeu com as minhas lembranças da infância, e que me incomodou por causa disso, e não consegui dar uma nota maior por causa desses fatores. Recomendo para as pessoas que gostem de filmes sobre o cotidiano de épocas passadas.