Menina que via filmes: AmarAção

 

Título Português: AmarAção
Título Original: AmarAção
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 88 min
Classificação: 12 anos
Ano de Produção: 2020
País de Origem: Brasil, França e Israel
Produção: Boca a Boca Filmes
Distribuição: Boca a Boca Filmes
Direção: Eric Belhassen e Marc Belhassen
Roteiro: Eric Belhassen e Marc Belhassen
Produção: Boca a Boca Filmes
Direção de Fotografia: Mauro Martins, Fabiano Cechiari e Eduardo Haskel
Direção de Arte: Anne Vidal
Elenco: Caco Ciocler, Eric Belhassen, Martha Nowil, Carol Godoy, Clarice Abujamra, Luisa Micheletti

#188

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Quando o filme começa somos informados que foi totalmente produzido com recursos próprios, em tempos como os que vivemos, onde a Cultura é deixada de lado pelo Governo Federal, há de se tirar o chapéu para iniciativas como essa.

Sempre apoio a arte aqui no site mas tenho compromisso de dizer sempre a verdade para vocês, mesmo que tenha lamentado muito não ter tido uma experiência tão boa com esse longa nacional. 

As razões eu divido com vocês agora. Em AmarAção que chega aos cinemas hoje somos apresentados à Eric ( Eric Belhassen, ele atua, dirige e também escreveu o roteiro), um homem de meia idade que age como um rapaz que acabou de sair do ensino médio. Ele se assusta com ouvir as vozes da ex namorada pela casa, não quer sair com o casal de melhores amigos porque no lugar reencontrará ex namoradas - isso porque de acordo com o próprio texto ele não para com mulher nenhuma e já namorou todas as amigas deles - e se acha tão especial que o alecrim dourado para não tirar uma mulher da cabeça só poderia o que? Ter sido enfeitiçado.

Sim, esse é o roteiro do filme. Ele conversa com o melhor amigo Caco ( o sensacional Caco Ciocler, mas nem ele consegue salvar as cenas em que participa, o personagem dele é tão Peter Pan quanto) e vão atrás de uma forma de desfazer a "amarração", ou seja ainda brincam com o candomblé em cenas que a mim que sou católica já foram intragáveis imagina para quem segue a religião?

Dito isso, há uma cena de Caco que quase vomitei, quando ele separado na namorada mais jovem tem um diálogo com a ex com quem tem um filho e quando ela pede para ele passar o final de semana com a criança porque ela tem um compromisso ele diz que não sabe como um dia gostou dela (!?). 

Olha, se tudo isso não fosse um combo de insulto às mulheres eu até não daria uma nota tão baixa, mas foi-se o tempo em que o homem que se acha a última Coca-Cola do deserto a ponto de marcar com quatro mulheres na mesma noite e ficar fugindo delas após tê-las sentado na mesma mesa....tenha alguma graça.

Eu tentei, por amor que tenho a quem ama o cinema brasileiro assim como eu, mas esse filme não rolou comigo. É de péssimo gosto, parece que estou vendo um roteiro de quando eu tinha quinze anos e tudo isso era normal e não era discutido pela sociedade. 

Para fechar, o roteiro até tenta se redimir no final com as personagens femininas, mas aí é tarde demais. 

*Filme assistido em cabine de imprensa à convite da Assessoria.