terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Menina que via filmes: Minha Estranha Família

 


Título Original: Hvor kragerne vender aka Persona Non Grata

Título no Brasil: Minha Estranha Família

País: Dinamarca

Ano: 2021

Direção: Lisa Jespersen

Roteiro: Lisa Jespersen, Sara Isabella, Jønsson Vedde

Elenco: Jesper Groth, Palmi Gudmundsson, Thomas Hwan

Nota: 3/5

por Amanda Gomes


Irina (ou Laura como é conhecida pela família) sempre teve o sonho de ir embora do que ela chama de Dinamarca Rural. Assim que surge a oportunidade, ela arruma as malas e vai embora sem olhar para trás, para se estabelecer como escritora em Copenhague. Ela passa longos anos sem aparecer, vivendo o que seria a sua vida dos sonhos, seu livro acaba de ser publicado e o enredo conta sobre os anos miseráveis que passou na área rural. 


Mesmo muito anos longe, ela agora se vê obrigada a retornar para o casamento do irmão. Ter que retornar para o local onde passou toda sua infância e adolescência já parece um filme de terror por si só, mas tudo piora ainda mais quando ela descobre que sua nova cunhada é Cathrine, sua ex-agressora e quem fez bullying com Laura por toda a sua infância. Será um desafio conviver com sua inimiga de infância e a com a família a qual ela pensa nunca ter se encaixado. 



Laura/Irina é uma protagonista apresentada com todo o estereótipo que hoje é possível caracterizar como “moderno”, “descolado”, “evoluído” e entre outros adjetivos do mesmo segmento. Desde o princípio sendo apresentada como uma estranha no ninho, o que já desperta a sensação de que teremos o típico clichê: indivíduo que não se encaixa na família, passa anos longe e ao retornar percebe que nada era tão ruim quanto as lembranças. No entanto, não é essa narrativa que é passada no primeiro momento. 


Intencional ou não, a imagem que a personagem principal transmite é de uma mulher chata e esnobe. É possível compreender sua mágoa e ressentimento com o passado que viveu na área rural, contudo, o pouco de empatia que é despertada logo se perde quando  Laura começa a se colocar como mais inteligente e superior que os membros da sua família por ter rompido com aquele ciclo, enquanto seus parentes estão empolgados pela sua volta, tentando agradá-la e saber mais da carreira que ela foi construido nos anos em que esteve afastada. 


Até os quarenta minutos, o longa apresenta uma narrativa lenta e tediosa, em que os conflitos são apenas verbais e pouco desenvolvidos, já que quando você coloca dois opostos extremos em uma convivência diária é de se presumir que irá ocasionar alguns debates mais aprofundados. Coisa que acaba não acontecendo justamente por Irina se colocar sempre como uma figura tolerante e mais “evoluída”. Cathrine é outra personagem capaz de despertar uma antipatia de logo de cara. 


A partir da segunda metade é que o filme começa a ganhar um ritmo de narrativa que prende a atenção e nos estimula a querer saber o desfecho das duas arqui-inimigas e que por mais que ambas sejam igualmente detestáveis e egóicas a sua maneira, são também as responsáveis por gerar o interesse na história. 


“Minha Estranha Família” é um filme que começa de maneira morna mas que encontra dentro da sua proposta de narrativa algo que prende a atenção, fazendo com que o telespectador chegue até o fim mesmo sem apresentar um plot cheio de tensão ou reviravoltas. Também apresenta os costumes dinamarqueses, possibilitando uma viagem para algo mais fora do comum e toda uma nova visão de cultura.



▶️Cabine on-line à convite da assessoria ▶️Para assistir, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em www.cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.

2 comentários:

  1. Torta de climão quando a protagonista volta para a sua antiga casa.
    Entendi a personagem, ela se vê superior por romper com tudo que ela achava que não era obrigada a aceitar.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  2. Esse plot da futura cunhada ser a ex agressora e praticante de bullying, é o mesmo de um filme norte americano, mas esse é totalmente voltado a comédia, até mesmo a comédia pastelão.
    O filme dinamarquês tem uma vibe dramática e é até mesmo parado.
    Mas ainda assim trás uma mensagem

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