quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

La Chica en La Ventana (Camdaki Kiz) - Cap 7 - Parte 2 - Mehdi é um medico alcoólatra que trai Zeynep e não liga para a filha deles

 













É importante alguns avisos antes de começar a leitura:

  • O Livro Camdaki Kiz ainda não foi publicado no Brasil. Na Espanha ele ganhou  o nome de La Chica en La Ventana  e é possível lê-lo em e-book no Brasil nessa versão em espanhol, os comentários que tenho feito são baseados nessa leitura
  • Traduzi algumas partes e após os vídeos farei uma análise da novela x livro. 
  • Não sou tradutora de profissão, portanto, alguns trechos podem conter equívocos de linguagem, assim como erros ortográficos pois o texto abaixo não passou por um revisor especializado.
  • Já foram publicados outros vídeos comentando esse livro. Confira os links abaixo:
  • Doğduğun Ev Kaderindir🎬📘as diferenças entre o livro CAMDAKI KIZ e a novela - https://youtu.be/KIA4LMGRpko
  • Dá para saber o final de Camdaki Kiz com o livro? 📕Vlog 1 de La Chica en la ventana - https://youtu.be/51V0jGNvvcM
  • Cap. 7 - Zeynep aparece e conta sua história com os pais 📘La Chica en La Ventana (Vlog 2) (Camdaki Kiz) - https://youtu.be/Zru6YLwxV2M

Continuação da tradução do Cap 7 de Camdaki Kiz – Zeynep conta sobre Mehdi

Estes são os sentimentos de culpa que regem nossas vidas. Assim é como ela se vê, não suportando ver sua mãe desgostosa. Enquanto ela vivia em seu lixo, sua mãe levava uma vida de pobreza, pela qual Zeynep se culpava. Sua consciência não podia suportar isso. Disse que sua mãe a olhava como se ela fosse sua inimiga e, por esse ponto de vista, sei que essas olhadas devem ter criado feridas muito profundas no coração da jovem Zeynep.

Mas Zeynep, sem dúvida, não interpretou as olhadas da mesma maneira. Pensou que devia tudo à sua mãe e, por isso, quando sua mãe de saco cheio, considerava que sua filha deveria se sentir culpada por isso e se compadecer dela.

Isso é nada menos do que uma tragédia. O chefe do destino colocou Zeyneo em uma furada. Tentando fazê-la voltar às primeiras emoções que sentiu ao vir ao mundo. Assim é como funciona o destino. Grava em nossos ossos os primeiros sentimentos que experimentamos na vida e a gente passa o resto de nossas vidas buscando esses mesmos sentimentos, independente deles serem bons ou ruins.

- Então, o que aconteceu, Zeynep? – ela pergunta à Zeynep

- Estivemos comprometidos dois meses e logo em seguida nos casamos. Tudo foi muito rápido.

- Mas você e Mehdi se conheciam?

- Ele veio à nossa casa todos os dias durante dois meses. AS vezes nos sentávamos em casa, outras veze as gente saía. De qualquer maneira, uma semana seus pais vieram até nossa cada pedir minha mão e no final nós trocamos os anéis. Naquele tempo, então, Mehdi estava esperando por seu destino no Exército. Lhe enviaram para Malatya, assim que mal casamos e nos mudamos. – ela explica

É apenas inacreditável que uma mulher que cresceu em uma das melhores zonas de Istambul e que se formou em Direito esteja dizendo tudo isso.

- E como era Mehdi?

- Era de nossa comunidade, e como a mim ele amava ler. E ia muito bem na escola. Não posso dizer muito mais sobre ele. Estava tão abaixo da influência da minha mãe nesse momento que nem sequer podia pensar em Faruk. Nesse instante eu pensava que o melhor que tinha a fazer era fechar os olhos e fazer o que meus pais queriam, a invés de ficar me sentindo culpada por toda vida.

- Sentindo-se culpada, mas pelo que? – lhe pergunto

- Como não? Minha mãe chorando e me dizendo que nunca me daria sua benção se não fizesse suas vontades. E eu já havia os abandonado anos antes...

“Abandonado”

Assim é como sua mente percebe o que fez, ainda que sua família a tenha entregue de presente. Foi seu pai quem dançou de alegria e disse que eles tinham ganho na loteria quando outra família se ofereceu a adotá-la! Porque ela percebe como um abandono por parte dela?

- Zeynep, você se escuta? Pode ouvir sua palavras? Eles te entregaram voluntariamente e não você os abandonou.

- Mas eu queria isso. – ela diz.

- E qual idade você tinha nesse momento?

- Uns onze – ela responde

- Com onze anos. Em outras palavras era uma criança. Foi sua família que tomou essa decisão por você. A Senhora Nermin fez a oferta e seus pais aceitaram-na. Algum momento te perguntaram se queria viver com a Senhora Nermin e o Senhor Ekrem?

- Não me perguntaram, mas eu quis ir. Não teria querido ir também? – ela me indaga

- Sim, eu teria feito o mesmo, mas minha família teria a última palavra, igual sua família que foi quem tomou a decisão por você. Quando era uma criança, eles decidiram te deixar viver naquele casa, e quando cresceu, eles foram de novo que decidiram em seu nome, com quem você deveria se casar. Quando menina, isso é normal. Mas não é para uma profissional adulta com diploma universitário. Poderia ter feito o oposto, se o tivesse desejado. – lhe digo

- Sentir que os tinha ferido profundamente, que tinha os feito muito mal, e que tinha que compensar meus erros que tinha cometido. A senhora Nermin me ligava muito e me perguntava que diabos eu estava fazendo. “Agora tem uma profissão, um bom trabalho, e uma carreira brilhante por diante. Esta cometendo um terrível erro. Por favor, volte para a casa com a gente...”

Mas...

- Você não fez isso – completo

- Não pude. As lágrimas de minha mãe eram um muro muito forte em minha frente. E quando eu pensava que Mehdi não era uma pessoa ruim. Ela dizia que eu precisava esquecer dessa besteira de romance e de amor e aceitar meu destino.

- E qual foi seu destino, Zeynep? O que o destino queria de ti se te tirou do bairro pobre e te levou para Buyukada e para algumas das melhores escolas privadas desse país?

-  O que mais ia querer? Colocar Mehdi em meu caminho. – ela responde

- Isso não foi o destino. Foram seus pais. Não confunda as coisas. Seu destino te levava a um lugar completamente diferente.

- Cometi um imenso erro, não foi? – ela me pergunta

- Não sei, pode continuar...

- Estávamos dois meses casados. Cada vez que saíamos para jantar, Mehdi bebia raki e me dava um pouco também. EU j[á tinha provado um vinho tinto algumas vezes na casa da Senhora Nermin, mas nunca tinha bebido raki (Rakı é um licor derivado da uva e com sabor de anis, semelhante a outras bebidas como o áraque e o ouzo. É considerada a bebida nacional da Turquia e, às vezes, chamado de "leite de leão", porque, quando água é adicionada, a mistura fica com uma cor esbranquiçada), Bebi um ou dois copos com o Mehdi, mas até então eu não tinha ideia de que ele era alcoólatra. Minha cabeça estava em Faruk, mas eu estava ali bebendo com Mehdi. Que estupidez a minha, não acha?

- Eu não chamaria estupidez. A vida estava te trazendo de volta algo que estava acostumada com mais nova. E simplesmente você seguiu – lhe disse



- Eu fiz isso. Provavelmente Istambul mexeu muito com a minha cabeça. Frequentemente eu e ele estávamos rodeados de amigos bebendo, eu estava ingerindo dois ou três copos. Em algumas ocasiões, Faruk tomava uma garrafa de vinho tinto comigo, mas, fora isso, mal tocava em álcool.

- E  o que aconteceu com seus sentimentos por ele?

- Todas as noções que eu tinha do amor desapareceram da minha cabeça. Se me casasse com Faruk, estaria traindo minha família. A Senhora Nermin me avisou uma ou outra vez mas eu fiz pouco caso. Minha mãe me me colocou contra a parede por Mehdi e dizia que ia levar essa vontade para tumba se eu não me casasse com ele. Por fim, nós fomos a Malatya. Mehdi tinha começado sua residência médica obrigatória e um hospital do estado e eu comecei umas práticas em um escritório de advogados dali. Uns meses mais tarde, eu fiquei grávida e tivemos uma filha. Mas era muito difícil chegar até o final de cada mês. Mehdi me dizia que tinha que ficar no trabalho e começara a chegar muito tarde, se é que voltava para casa, me deixando sozinha muitas vezes com a bebê pequena. Quando ela aparecia em casa, estava bênado, mas ele mentia dizendo que tinha tido um dia estressante no trabalho e só tinha tomado um par de copos com os amigos para relaxar. Por volta de um anos depois do nascimento de minha filha, meus estágios acabaram e eu comecei a trabalhar como advogada mesmo no escritório. Eu ganhava meu dinheiro mas meu marido seguia somente contribuindo menos com o dele. Cada dia ele tinha uma nova desculpa e alegava que tinha dívidas que estava tentando pagar. No início eu pensei que ele enviava dinheiro para sua família na comunidade, o que era compreensível porque sabia que era uma família pobre, e eu também teria feito o mesmo.



Assim que comecei a ganhar mais, passei a enviar dinheiro a meus pais também mensalmente.

- Você era feliz na sua vida durante esse tempo? – lhe pergunto

- Nunca mais fui feliz desde que deixei  a casa da senhora Nermin. Minha felicidade ficou naquela casa. – ela responde

Com é difícil escutar essas palavras. Porque sua família não podia deixar ela se casar com Faruk ao invés de Mehdi? Que mal isso lhes teria feito? Ela seguiria lhes enviando o dinheiro mas pelo menos seria feliz. Ela não sabe por que fez isso, mas eu acredito que sim. O ímã do destino a atrai como um chefe.

- Mas então eu descobri que Mehdi estava me traindo. Mas não somente isso, com uma mulher completamente ridícula.

-  O que quer dizer com ridícula? – pergunto

- Ela era a ex amante de um dos seus amigos médicos. O amigo de Mehdi tinha se separado dela quando ele descobriu que ela o estava enganando. Quando isso aconteceu o amigo contou com detalhes para Mehdi que foi até ela na esperança de aproximar os dois, mas então foi Mehdi que começou a dormir com ela. Era com essa mulher que ele gastava todo dinheiro que ganhava. Seus ex namorados ameaçaram matar meu marido. E ao final todo mundo no hospital sabia dos dois. A única pessoa que não sabia dessa aventura, era eu. E o cúmulo era que Mehdi estava endividado até o pescoço. Um dia, um dos meus colegas do escritório me mostrou fotos do Mehdi com essa moça, assim eu quando cheguei em casa arrumei tudo dele em um saco de lixo e deixei do lado de fora, junto a porta de entrada. Quando ele chegou em casa, mantive a porta fechada e não o deixei entrar. Me senti violada, doutora. Ali estava eu, trabalhando de manhã até a noite, para levar comida para casa, sendo cuidadosa com cada centavo e sempre dando o melhor a minha filha, contratando babá para a criança e lidando com todas as mentiras de meu marido, enquanto ele estava por aí se engabelando com alguma mulher que não é de Deus, sabe da onde, tirando dinheiro que seria legitimamente da minha filha, e jogando pelo ralo.

Ela começa a chorar. Parece que está começando a entender que as decisões eu tomou na vida não foram as melhores.

- Senti que perdi a cabeça quando descobri isso. Eu estava virando outra pessoa. NO dia seguinte quando Mehdi conseguiu por fim utilizar sua chave para entrar, você não imagina a raiva que me lancei sobre ele. Qualquer pessoa que me tivesse visto teria pensado que eu era uma mulher selvagem com um histórico de violência. Queria destruí-lo, de verdade. NO início tentou me convencer, me implorando para parar. Mas sabe o que ele fez? Me devolveu o tapa, dessa maneira começou a me atacar e a me deixar destruída. Em seguida teve a acara de pau de se sentar ao meu lado e me perguntar: ‘Se sente melhora, agora?”

 


Ela diz isso e o choro dela não para.

- Pode se surpreender, mas sim, eu me senti melhor. Me senti aliviada– ela revela

- Sua alma recebeu o castigo que esperava, Zeynep. Você tem se culpado demais.

- Infelizmente sim. Meu marido curou todas minhas feridas e logo me deitei. Na manhã seguinte eu juntei minhas coisas e fui para casa da Senhora Nermin em Istambul. Ela ficou surpresa quando abriu a porta e viu a mim e a à minha filha ali. A pobre mulher nem sabia o que me dizer. Fiquei ali por alguns dias. No entanto, não a deixavam em paz, minha mãe de um lado e meu marido de outro a assediavam por minha causa. Mas ela não se deixou intimidar. Ela disse que eu estava doente e que necessitava descansar, que lhes ligaria quando eu melhorasse e logo desligava na cara deles. Os dois cuidaram tão bem de mim e da minha filha, mas desde que eu chegara na cada deles eu mal conseguia me levantar da cama. Faz uns três meses que estou lá. NO entanto, passei a ler seus livros e tem me feito muito bem. Me tem feito sentir que não estou sozinha nesse mundo. Pude notar que outros tem sofrido assim como eu

Sempre é agradável escutar que meus livros tem ajudado.

- E como está sua filha?

- Ela está bem. A Senhor Nermin e o Senhor Ekren, que Deus os abençoe, cuidam dela melhor do que eu, mas eu estou exausta , doutora, de verdade. Me sinto como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Minha cama segue sendo atrativa. E eu não quero sair dela. Fico em meu quarto até escurecer. Nem minha filha eu quero ver. Essa roupa que estou usando é a que meu marido me fez levar em Malatya. Quando eu saí de casa acabei trazendo somente o essencial da criança. Não quero mais viver. Como pode alguém que não é bom para si mesmo ser bom para os demais? – ela se pergunta

A depressão a afetou muito. Mas isso não é um obstáculo. Se ela me permitir posso ajuda-la a sair dela em poucos meses. O verdadeiro problema é conseguir que ela perdoe a si mesma e , nesse momento, não sei se conseguirei fazer isso.

O que as pessoas fazem a si mesmo frequentemente, não se atrevem a fazer aos demais.

Zeynep falou durante muito tempo esse dia. Falou e eu a escutei. Tudo que disse tinha valor rela a ela, e de todo modo, lhe havia custado entender isso. Lhe passei uma receita mas antes de ela ir, prometeu tomar o remédio regularmente.

Para ver se é capaz de mudar quem manda em seu destino.

 

  Caso prefiram ouvir:

Um comentário:

  1. E o drama tá on!
    Esse parágrafo do perdão é muito real..... perdoar a si mesma....

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