Os Fabelmans ( o filme premiado de Steven Spielberg)

 

Título Original: The Fabelmans

Título no Brasil: Os Fabelmans

País: Estados Unidos 

Ano: 2023

Direção: Steven Spielberg

Roteiro: Steven Spielberg, Tony Kushner

Elenco: Gabriel LaBelle, Michelle Williams, Paul Dano

Nota: 5/5

Por Amanda Gomes

Sam Fabelman é um jovem vivendo no Arizona pós-Segunda Guerra Mundial, juntamente de seus pais e irmãs. O pequeno Sammy se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver “O Maior Espetáculo da Terra”, dali surge um enorme fascínio pelo mundo cinematográfico, no qual ele não consegue parar de pensar no que viu até ser capaz de reproduzir em casa. É assim que Sammy e a câmera passam a ser inseparáveis.

Sammy passa a fazer filmes com os colegas escoteiros e com a família, e é em meio a uma dessas filmagens despretensiosas do cotidiano que ele acaba descobrindo um segredo familiar  devastador. É por meio dessa nova experiência que ele começa a explorar o poder dos filmes e como ele pode ajudar a ver algumas verdades que muitas vezes não são tão claras. 

Em meio a mudanças por conta do trabalho do pai, dramas familiares e em meio a rotina da vida, Sam vai descobrir que as lentes de uma câmera podem transformar toda uma história. 

“Os Fabelmans” possui uma certa inspiração na própria infância do diretor Steven Spielberg. O longa me pegou desprevenida, já que eu não tinha criado grandes expectativas e foi uma grata surpresa. 

Spielberg nos presenteia com uma obra que oferece uma narrativa sensível, engraçada e muito delicada. O que começa como uma simples história sobre um aspirante a cineasta, acaba por se desenvolver para um drama familiar que é tratado de uma das formas mais belas possíveis. É inegável o quanto temos aqui um roteiro mais intimista e pessoal. 

O trio principal do filme composto por Gabriel LaBelle, Michelle Williams e Paul Dano nos brindam com um verdadeiro show de atuação. A carga emocional que o trio entrega nas cenas de drama familiar só pode ser escrita como espetacular, Michelle em especial que rouba todas as cenas em que aparece. 

O filme me pegou especialmente no modo como aborda as aspirações de cada indivíduo dentro de uma relação familiar e o quão impactante é a relação amorosa dos pais pela perspectiva dos filhos, no entanto, não vou me aprofundar muito nessa parte para evitar spoilers. 

E se tratada de trilha sonora e fotografia, o longa entrega um material de primeiríssima qualidade. Mais do que um filme com um pequeno viés autobiográfico, “Os Fabelmans” entrega uma verdadeira celebração ao cinema, só que muito diferente das tantas que andam saindo por aqui. É possível sentir o amor do diretor pelo cinema, de forma que descreve o nosso próprio amor, aquela magia que sentimos quando estamos sentados diante de uma grande tela. Steven consegue traduzir esse amor de forma simples e bonita, sem que você sinta que precisa ser um grande conhecedor ou estudioso da sétima arte para apreciar a obra incrível que ele criou não só nesse longa mas em toda a sua carreira. 

É mais do que óbvio o quanto eu recomendo este filme, eu se pudesse já voltaria amanhã mesmo para uma nova sessão, para me sentir tão imersa e parte da história novamente. Tendo sido este o quarto filme que assisto no ano, não tenho dúvidas de que até dezembro ele continuará figurando como um dos meus favoritos.