Depois de Ser Cinza [Crítica]

 Título Original: Depois de Ser Cinza

Ano: 2020

País: Brasil

Diretor: Eduardo Wannmacher

Roteirista: Leo Garcia

Elenco: Elisa Volpatto, Branca Messina, Sílvia Lourenço

Nota: 2/5

Por Amanda Gomes 

Com uma trama que se divide entre Porto Alegre e Croácia, com a narrativa que se divide entre passado e futuro, iremos acompanhar a história de três mulheres distintas, cujo a única ligação entre elas é o relacionamento que nutrem com o mesmo homem. 

Raul é um sociólogo gaúcho, que sofre com crises de ansiedade e com a frustração de histórias de amor que não deram certo. Primeiro iremos acompanhar seu encontro com Isabel, uma artista que resolveu ir para longe do Brasil e atualmente vive na longínqua Zagreb, com traumas e com uma enorme vulnerabilidade. Ao conhecer Raul, ela repara que ele é ainda mais atormentado que ela. 

É assim que conhecemos o passado de Raul e Suzy, uma estudante que extravasa todo o seu vazio interior em um consumo excessivo de drogas e festas, enquanto amarga a relação conflituosa com o pai, um pesquisador que já se foi. Talvez Suzy tenha sido o grande amor da vida Raul. 

E é por causa desse relacionamento que ele acaba conhecendo Manuela, uma terapeuta bem sucedida que não consegue se desprender da perda de um grande amor que agora que agora está com sua irmã. E graças a isso, acaba se envolvendo com Raul. 

“Depois de Ser Cinza” é um filme com uma fotografia belíssima e que nos apresenta três personagens femininas interessantíssimas, capazes de gerar identificação com várias mulheres.

É nítido que o filme se propõe a ser uma narrativa que busca retratar uma trajetória emocional, trazendo à tona assuntos como relacionados a perdas e ausências enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo. É uma história composta por momentos densos, que se sobressaem aos momentos leves, tudo isso acompanhado de uma narrativa não-linear, que geram uma certa curiosidade mas que em grande parte do tempo pode ser descrita como morna, não conseguiu prender minha atenção por uma grande parte da trama.

Agora no que diz respeito aos personagens, o Raul me irritou profundamente. É um personagem que me despertou alguns dos sentimentos mais desagradáveis, em momento algum consegui sentir simpatia por sua história ou dor. É um homem egoísta, que com vontade de satisfazer suas vontades acaba bagunçando a vida de três mulheres diferentes. 

Para muitos, acredito que essa seja uma produção interessantíssima, que leve a pensar sobre as tomadas de decisões e suas consequências. E apesar da narrativa não ter funcionado comigo, a produção ainda conta com excelentes pontos fortes como fotografia e elenco. 

Com toda certeza é um daqueles filmes que entrega uma experiência para cada um que assiste, levando em consideração as experiências prévias de cada um.

*Cabine on-line à convite da assessoria