quinta-feira, 19 de outubro de 2023

AGRESTE SERÁ EXIBIDO NA 47ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO, EM OUTUBRO

 

Primeira ficção de Sérgio Roizenblit, o longa recebeu prêmios em cinco categorias no Cine PE e aborda intolerância e amor incondicional


O documentarista Sérgio Roizenblit (“O Milagre de Santa Luzia”) apresenta sua primeira ficção AGRESTE na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece entre 19 de outubro e 1º de novembro. O filme tem duas sessões durante o evento: dia 22 de outubro, no Reserva Cultural, às 21h; e dia 28 de outubro, no Espaço Itaú de Cinema Augusta Anexo, às 19h.O longa tem produção assinada pela Miração Filmes (SP), em coprodução com BR153 Filmes e SPCine e a distribuição nacional será da Pandora Filmes. Em sua estreia, no Cine PE, foi vencedor dos prêmios de Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Roteiro, Fotografia, Atriz Coadjuvante e Ator Coadjuvante.

O roteiro, que participou do Lab Franco Brasileiro de Roteiros - Festival Varilux de Cinema Francês 2017, é uma adaptação da premiada peça homônima, do dramaturgo pernambucano radicado em São Paulo Newton Moreno, que assina o roteiro com Marcus Aurelius Pimenta. O filme se passa no interior do Nordeste e narra o conflito entre a intolerância religiosa e moral e uma história de amor e liberdade, protagonizada por um trabalhador rural, Etevaldo (Aury Porto), e Maria (Badu Morais), uma jovem prometida a um casamento arranjado.

Apaixonados, eles fogem juntos pelo sertão, e acabam se abrigando na casa de Valda (Luci Pereira), uma mulher extremamente religiosa, que vê Maria como uma filha. Porém, quando um crime passa a ser investigado na região, o romance entre Etevaldo e Maria é ameaçado.

O cineasta aponta que o tema central do filme é a intolerância. “A diferença confronta a intolerância quando as pessoas relutam em aceitar um amor incondicional. O contraste é construído desde a pureza e a inocência, a intimidade e a descoberta de novas formas de amor, à intolerância, ao preconceito violento e ao fanatismo. Esses temas formam a base do enredo e transformam o filme em uma fábula ambientada no ermo sertão nordestino, que, no entanto, remete também à modernidade, ao presente e a qualquer outro espaço”, explica.

O sertão surge, no filme, como uma força, praticamente, um mundo particular. “É um cenário visual, aparentemente, anacrônico que contrasta com a paisagem expandida: uma dádiva para a cinematografia do filme. Eu faço uso de um plano zenital, de uma distância muito acima da paisagem, como o ponto-de-vista de Deus dos personagens de um meio estéril e vazio. A paisagem é, portanto, um personagem do enredo, como já foi utilizada antes, tanto no Cinema Novo brasileiro como por diretores como Lars von Trier, em ‘Ondas do Destino’.”

Em AGRESTE, o cineasta explica que pretende honrar a humanidade das casas simples em uma paisagem inóspita. “Essa é a razão pela qual a cena de fuga nos lembra de filmes como ‘Vidas Secas’, de Nelson Pereira dos Santos, embora aqui o tema é diferente, pois revela a relação entre um ambiente árido, tanto natural quanto social, e uma história de amor invencível.”

O elenco principal e coadjuvante conta com atores de diversos estados do Brasil. A equipe de produção contou com profissionais de São Paulo (estado de origem da produção), Bahia e Pernambuco. As filmagens foram feitas em Curaçá e Juazeiro (BA), em 2019.

Nos teatros, a peça AGRESTE, que estreou em 2003, teve montagem dirigida por Marcio Aurelio Pires de Almeida, com público de mais de 300 mil pessoas, e ganhou os prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e Shell de melhor texto.

A produção é assinada por Gustavo Maximiliano, Viviane Rodrigues e Sergio Roizenblit, e codirigida por Ricardo Mordoch. A música original é composta por Dante Ozzetti.

O filme foi realizado com recursos públicos incentivados, através da Lei do Audiovisual e do Fundo Setorial do Audiovisual, administrados pela ANCINE, e com investimento da Sabesp, através do PROAC-SP, e da SPCine, através do Edital de Complementação de Produção de Longas-Metragens (2019).

Sinopse
AGRESTE
 é uma história de amor no Sertão brasileiro. Etevaldo é um trabalhador rural solitário e reservado, recém-chegado ao vilarejo. Encontra Maria, jovem de espírito livre, porém prometida em casamento a um senhor da vizinhança. Ambos se apaixonam e fogem. São acolhidos por Valda, uma senhora profundamente religiosa, que vê Maria como uma filha. Quando um suposto sequestro passa a ser investigado na região, Etevaldo teme que seu passado seja revelado.

Ficha Técnica
Direção: 
Sérgio Roizenblit
Codireção: Ricardo Mordoch
Roteiro: Newton Moreno, Marcus Aurelius Pimenta
Elenco: Aury Porto, Badu Morais, Luci Pereira, Jaedson Bahia, Roberto Rezende, Mohana Uchôa, Terena França, Emilly Nogueira, Lidiane de Castro, Paulo Henrique Reis de Melo, Márcia Galvão, Hertz Félix
Produção: Gustavo Maximiliano, Viviane Rodrigues, Sergio Roizenblit
Produção Executiva: Gustavo Maximiliano, Upex, Viviane Rodrigues, Marina Puech Leão, Sergio Roizenblit
Direção de Fotografia: Humberto Bassanello
Direção de Arte: Laura Carvalho
Figurino: Diana Moreira
Maquiagem: Mari Figueiredo
Música Original: Dante Ozzetti
Trilha Sonora: Dante Ozzetti, Du Moreira
Som Direto: Phelipe Joannes, Pedro Garcia
Montagem: Olivia Brenga, Sergio Roizenblit
Música Original: Dante Ozzetti
Desenho de Som e Mixagem: Nicolau Domingues, A3pS
Consultoria de Roteiro: Gualberto Ferrari
Consultoria de Montagem: Gualberto Ferrari, Eduardo Serrano
Empresa Investidora: Sabesp
Apoio Institucional: Prefeitura Municipal de Curaçá (BA)
Apoio Cultural: Agrovale, Vinícola VSB, Hoteis Lazar (Juazeiro e Petrolina), Fazenda Caraíba
Gênero: drama
País: Brasil
Ano: 2023

Sobre Sérgio Roizenblit
Sérgio Roizenblit é fotógrafo e documentarista. Iniciou sua carreira na TV Educativa do Piauí, onde escrevia, produzia, dirigia e editava programas educativos. Sua criação diversificada inclui trabalhos exibidos em espaços de arte, como “Rede de Tensão” (Bienal de São Paulo). Seu primeiro documentário de longa-metragem, “O Milagre de Santa Luzia” (2009) foi premiado no Festival de Brasília, resultando na série homônima com três temporadas, um panorama sobre a música popular brasileira. Ele também dirigiu o longa documental “Médicos Cubanos” e as séries documentais “Arquiteturas”, “BR3” e “Habitar”, entre outras. Como diretor de fotografia, fez “Segundo Tempo”. Hoje é sócio diretor da Miração Filmes. AGRESTE é sua estreia na direção de longa-metragem de ficção.

Sobre a Miração Filmes
Com mais de 20 anos de atuação, a Miração Filmes (SP) é uma produtora audiovisual brasileira que exibe grande diversidade temática em filmes sobre o País, com produções sobre sustentabilidade, educação, terceiro setor, mobilidade e questões urbanas, questões raciais e de gênero, música, artes plásticas, moda, dança, teatro e religião, dentre outros.

Seu foco genuíno no Brasil e nas questões brasileiras está ancorado em uma sensibilidade extrema para as principais questões nacionais e de seu povo, o que é demonstrado em extensa lista de trabalhos de inflexão local, em todas as regiões brasileiras, com destaque para a Amazônia, o sertão nordestino e o Pantanal.

Possui um catálogo de mais de 300 filmes e 20 séries documentais realizados, incluindo produções exibidas em canais como GloboNews, Bandeirantes, TV Cultura, HBO, Futura, Canal Brasil, TV Brasil, Canal Curta, Cine Brasil TV e TV Sesc, entre outros, além de dez longas-metragens premiados em todos os grandes festivais de cinema do Brasil, incluindo Festival do Rio, Festival de Brasília e Festival de Tiradentes, entre outros. Destacam-se os longas “O Milagre de Santa Luzia”, "Solidão e Fé", "Democracia em Preto e Branco", "SLAM: Voz de Levante" e "Segundo Tempo". Além das séries "Arquiteturas", eleita melhor série documental da America Latina, "Transversal do Tempo", "Móbilis", "Habitar Habitat", "Brasil 2050" que está na sua terceira temporada, entre outras.

A produtora realizou uma das séries mais longevas da TV Brasileira, “O Milagre de Santa Luzia”, com três Temporadas e 117 episódios, licenciada para diversos canais do País.

Com pontuação máxima na Ancine nas categorias TV e Cinema, a Miração Filmes conta com projetos em fase de desenvolvimento e captação de recursos, como os longa-metragem ficcional "Imortais"; os documentários "Nicolelis, Desafiando o Impossível","Batuque Diferente: 50 Anos das Quebradas do Mundaréu"; e as séries "Pedro Moraleida, a Canção do Sangue Fervente", "Cooperação Amazônica com Rubens Ricupero", "As Krianças do Cariri", "Facas e Sangue na Cidade" e "Txai Macedo e as Diferentes Etnias", entre outros.


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