sábado, 28 de outubro de 2023

Entrevistas com Novíssimo Edgar e Goretti Ribeiro sobre o curta-metragem Erva de Gato

 



Recentemente no Festival do Rio, o curta metragem Erva de Gato teve suas sessões e assisti em cabine on-line, trazendo minha crítica para vocês, confiram nesse link. 

O filme é uma obra de ficção que se passa em um Brasil separado em três fronteiras, após uma guerra civil: "Confederalismo Democrático do Nordeste", "Sul é Meu País" e "Amazônia". Um grupo de amigos se encontram em uma casa no "Estado Autônomo" e após uma brincadeira, despertam o espírito adormecido em corpo de gato e recebem uma missão.

Conversei com a atriz Goretti Ribeiro que faz parte do elenco e também com o diretor e roteirista do curta, Novíssimo Edgar.

As entrevistas foram feitas em formato diferentes, por essa razão vocês conferem abaixo a dela por escrito e a do diretor com áudios dele. 


1- O que lhe fez querer participar do projeto?

GR:  Logo de cara o roteiro me chamou bastante atenção por se tratar desse Brasil real. E por mais que pareça um tanto “surreal” os diálogos entre os personagens, se tornam extremamente interessantes, necessários e permeiam em nossa sociedade atual. É justamente esse elenco grandioso escolhido a dedo fez com que esse projeto ganhasse vida de uma forma enriquecedora, sem falar que tivemos a honra de sermos dirigidos por um artista contemporâneo genial como o Edgar, sem sombra de dúvidas ele foi o grande maestro dessa obra gigantesca que é o Erva de Gato. Toda a equipe envolvida no filme foram incansáveis nas suas missões. Acredito que estávamos todos no momento certo e na hora certa.



2- Qual o momento do curta-metragem mais lhe marcou nas filmagens?

GR Várias cenas me marcaram muito quando assistir, a cena que compõem a abertura do filme é uma delas, que é o ritual do benzimento feito por Dona Marilda no ator Italo Martins, além da importância religiosa da cena, há ali uma verdade maternal que nos emociona e engrandece. As Cenas da Atriz Giulia Del Bel me marcam muito também, pelos diálogos repletos de verdades, ditos de uma forma muito leve. As cenas com os olhares enigmáticos de Grace Passô preenchem a tela e alma, é surreal. São muitas cenas marcantes, a verdade é essa. 

As minhas cenas  exigiram muita preparação corporal, eu me expresso muito  pouco com diálogos verbais, mais corpo mesmo. E tem uma cena que me marcou bastante, que é a travessia  sobrenatural de Clarisse para outra esfera. Demoramos um pouco pra entender como seria essa travessia, e vibramos muito quando encontramos o lugar que se encaixaria com uma verdade genuína para essa cena. Me marcou bastante o entusiasmo da equipe pós cena. 


3. Para o público que lhe assistir em Erva do Gato, qual a mensagem você gostaria de passar fazendo parte de um curta que parece distópico mas ao mesmo tempo é tão próximo de alguns acontecimentos recentes do Brasil?

  GR:  Tem uma fala da minha personagem Clarisse no filme muito certeira que diz assim: “ É fácil voltar ao passado, difícil é conseguir sair dele.” Essa frase é o Brasil de ontem, que não evoluiu em muitos aspectos no hoje. O tempo passa, e cá estamos nós lutando pelas mesmas causas e mazelas sociais de anos, e até séculos. A ignorância, o racismo estrutural, as barbáries físicas , psíquicas e morais ainda são marcadas em nossa atual conjuntura social. Ah de de admitir melhorias, mas ainda à passos lentos, conquistamos espaços, os diálogos estão a se abrir, mas tudo ainda em uma velocidade sem equidade. Falta muito neh?

Falta mais investimentos na educação, cultura, lazer, saúde pública, estrutura básica de vida para que as pessoas possam entender os direitos e escolhas um dos outros, e assim caminhar para um futuro de grandes possibilidades.


Confira abaixo a entrevista com Novíssimo Edgar



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