Título: A vedete do Brasil – Um musical brasileiro
Texto: Renata Mizrahi e Cacau Higino
Direção Claudia Netto
Direção Musical: Alfredo Del Penho
Direção de produção: Bruna Dornellas e Weslley Telles
Elenco: Sueli Franco, Flavia Monteiro, Bela Quadros
Distribuição brasileira: Ministério da Cultura e WB
Produções
Data de lançamento: 30 de novembro de 2023
Por Larissa Rumiantzeff
Nota: 5/5
Na sexta-feira passada eu aproveitei que estava sassaricando
por Copacabana e fui assistir à estreia de uma peça de teatro, algo que eu não
lembrava de ter feito desde minha adolescência. Também foi um aspecto da
adolescência que me atraiu ao musical: uma das atrizes principais é a Flávia
Monteiro, a eterna Carolina de Chiquititas (1997).
O musical “A vedete do Brasil – Um musical brasileiro” conta
a história da vedete Virgínia Lane (se pronuncia do jeito aportuguesado, Lâne
mesmo), que se confunde com a própria história do teatro de revista. Chegou a
fazer faculdade de direito, mas no final trocou os cartórios pelos palcos,
tendo sido crooner, vedete, compositora, atriz, dançarina e até apresentadora
de programa infantil. Tal trajetória trouxe muita felicidade, e também muitos
desgostos e arrependimentos, sobretudo pelo preconceito que enfrentou devido ao
machismo da sociedade. Para quem não sabe, foi Virginia Lane quem compôs
diversas marchinhas de carnaval, inclusive Sassaricando, sucesso do carnaval de
1952. E faleceu em 2014, aos 94 anos.
Remontando aos musicais da própria Broadway, porém com tempero brasileiro autêntico, este musical mostra tal dualidade de forma bem-humorada e emocionante, contando com muitas auto-referências, como ao fato de estarem no Copacabana Palace. Logo que toca a campainha e as cortinas se abrem, vemos uma entrevista dela no programa do Jô Soares.
Ao longo do espetáculo, somos apresentados às lembranças da
vedete já idosa, interpretada pela atriz veterana Sueli Franco. A peça alterna
entre o momento presente, em que Virginia Lane e sua filha Marta (Flávia
Monteiro) se preparam para a ceia de Natal, enquanto aguardam um amigo, as
lembranças de Virginia Lane do inicio de sua carreira, seus relacionamentos e
seu legado para a música. Nesta parte, é Bela Quadros que defende o papel. Por
vezes, as duas versões da mesma personagem se encontram em duetos.
As falas e os números se equilibram de forma perfeita e
harmônica ao longo do espetáculo, mantendo a atenção, arrancando gargalhadas e
lágrimas do público nos momentos certos. Mesmo os mais leigos, que não tinham
muita informação anterior sobre a vedete (como esta que vos fala) ficaram
presos até o fim. O musical é ótimo, não deve nada aos da Broadway. As três
atrizes estão incríveis, e digo isso mesmo sendo suspeita (fã da Flavia
Monteiro desde os 12 anos. Ela fazendo papel de adolescente inclusive, foi impagável).
Só não é recomendado para crianças, pelas piadas mais “safadinhas” e músicas de
duplo sentido.
O musical está em cartaz no Copacabana Palace até 28/01/2024, com sessões às quintas, sextas e sábados às 19h30 e aos domingos às 18h. ( Não haverá sessões nos dias 24 e 31 de dezembro, e 04 e 05 de janeiro.
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