Título no Brasil: O Aprendiz
Título Original: The Apprentice
Ano: 2024
País: Estados Unidos
Direção: Ali Abbasi
Roteiro: Gabriel Sherman
Elenco: Sebastian Stan, Jeremy Strong, Maria Bakalova
Nota: 3,5/5.0
Por Amanda Gomes
O Aprendiz acompanha a ascensão da carreira de um dos maiores e mais polêmicos empresários dos Estados Unidos, Donald Trump.
A trama segue um jovem Trump na cidade de Nova Iorque entre os anos 70 e 80, buscando erguer o império de negócios imobiliários da família enquanto tenta fugir do governo americano e de um processo judicial importante.
É na relação que estabelece com o advogado Roy Cohn que Trump aprende as artimanhas e os truques necessários para mentir, trapacear e sair por cima. Entre elos de poder, amizades e o sentimento de mentor-protegido, o filme narra a história da origem de uma figura complexa com traços vilanescos e o encontro com o mestre perfeito, inescrupuloso e impiedoso, para suas ambições.
É o nascimento de uma importante dinastia americana e de quem veio a se tornar o 45º presidente dos Estados Unidos da América.
Se você é fã de histórias de ascensão meteórica e, ao mesmo tempo, de críticas afiadas ao sistema que permite esse sucesso, “O Aprendiz” é um prato cheio. O filme revisita a trajetória de Donald Trump antes dele se tornar o homem mais poderoso do mundo. Mas não se engane! Essa não é apenas uma biografia bonitinha sobre o "american dream". Aqui, Abbasi faz questão de virar o jogo, mostrando como o sucesso de Trump reflete algo muito mais sombrio: o sistema econômico e político que o criou.
Logo de cara, o filme deixa claro que a jornada de Trump não é só sobre dinheiro e poder, mas sobre como ele manipula as regras para alcançar tudo o que quer. E quem está ao seu lado nessa jornada? Roy Cohn, um advogado super influente que vira o mentor de Trump. E, claro, o relacionamento dele com Ivana também entra em cena, mostrando um lado mais humano, ou nem tanto assim, do personagem. Abbasi nos leva pelos anos 70 e 80 com maestria, usando a fotografia para destacar as mudanças não só na vida de Trump, mas na própria evolução dos Estados Unidos.
A atuação de Sebastian Stan é, sem dúvida, um dos pontos altos. Ele consegue trazer uma vulnerabilidade ao jovem Trump, que vai se perdendo à medida que o personagem se transforma no que conhecemos hoje. No início, até rola uma simpatia, mas não demora muito para que essa imagem caia por terra. A relação de Trump com Ivana começa doce, mas vira uma série de comentários maldosos e desrespeitosos que refletem o lado mais cruel dele. E se você acha que Roy Cohn é vilão, Trump logo o supera, mostrando que no mundo de “O Aprendiz”, a ambição não tem limites e a decência é descartável.
O filme termina com um comentário que é a cereja do bolo: o escritor da biografia de Trump menciona que suas ideias lembram a política externa dos EUA. E é aqui que o filme brilha. Abbasi faz uma crítica não só a Trump, mas ao sistema americano que molda figuras como ele — líderes que usam de tudo para vencer, sem olhar para trás. Ah, e prepare-se para uma cenografia exagerada, com cenários e figurinos luxuosos que deixam claro: Trump é o símbolo máximo de um capitalismo predatório e sem alma.
Em resumo, “O Aprendiz” é aquele filme que te faz refletir sobre o mundo em que vivemos, embalado por atuações incríveis e uma direção ousada. E no final, você vai perceber que não é só sobre Trump, mas sobre todos nós que, de alguma forma, fazemos parte desse jogo.
Cabine de imprensa presencial à convite da assessoria
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