Título no Brasil: A Contadora de Filmes
Título Original: La contadora de Peliculas
País: Chile
Ano: 2024
Direção: Lone Scherfig
Roteiro: Walter Salles, Rafa Russo
Elenco: Sara Becker, Bérénice Bejo, Daniel Brühl
Nota: 4/5
Por Amanda Gomes
María Margarita, uma talentosa contadora de histórias de cinema, é a mais nova de quatro irmãos, oriunda de uma família que vive em uma cidade mineira no deserto do Atacama, no Chile.
Para María, o momento mais especial da semana é o domingo, quando todos vão ao cinema para curtir histórias que os transportam para outros mundos, diferentes de suas realidades. Os pais da garota criativa logo percebem o dom que a filha tem para inventar histórias que poderiam ser filmes.
Não demora muito para que o talento de María caia na boca das pessoas da cidade e isso faz com que uma significativa mudança na fortuna da família aconteça, justo em um momento em que o país está sendo transformado para sempre.
Se tem uma coisa que a vida real nos ensina, é que, às vezes, ela é tão incrível quanto qualquer história de cinema. Mas e quando a ficção consegue recriar momentos que parecem arrancados direto da nossa realidade? É exatamente essa a sensação ao assistir “A Contadora de Filmes”.
A premissa, aparentemente simples, é o coração do filme e o que faz com que ele conquiste de cara. Mais do que sobre cinema, “A Contadora de Filmes” é uma carta de amor à imaginação, às histórias e à maneira como elas nos conectam uns aos outros. Com quase duas horas de duração, o filme mergulha na vida dessa família isolada, mostrando seus sonhos, dificuldades e o impacto das mudanças ao redor deles.
Baseado no livro de Hernán Rivera Letelier, que também foi publicado no Brasil, o roteiro é super acertado ao focar mais tempo na infância de María Margarita. Alondra Valenzuela, que interpreta a personagem criança, é simplesmente apaixonante. Você sente a alegria dela ao descrever as cenas dos filmes, o brilho nos olhos enquanto imagina mundos muito maiores do que aquele vilarejo no meio do nada. Na fase jovem, Sara Becker também manda bem, mas é na infância que o filme realmente nos pega de jeito.
A direção de Lone Scherfig é delicada e muito sensível. Ela consegue equilibrar o peso da realidade dura com momentos quase mágicos, como se o cinema fosse um escape não só para a protagonista, mas para a gente também. E isso sem exagerar no drama, o filme emociona na medida certa, sem apelar.
No final, “A Contadora de Filmes” não é só sobre uma menina que reconta filmes. É sobre a força das histórias, o impacto que elas têm em quem as conta e em quem as ouve. É uma daquelas obras que tocam o coração de quem ama a sétima arte e lembram por que o cinema é tão especial. Prepare-se para rir, se emocionar e sair do cinema com o coração quentinho. É imperdível!
Confira em vídeo
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