Título no Brasil: Aqui
Título Original: Aqui
Ano: 2024
País: Estados Unidos
Diretor: Robert Zemeckis
Roteirista: Eric Roth, Robert Zemeckis
Elenco: Tom Hanks, Robin Wright, Paul Bettany
Nota: 3,5/5.0
Por Amanda Gomes
Em “Aqui” iremos acompanhar diversas famílias ao longo de gerações, todas conectadas por um único espaço: a sala de uma casa, que um dia chamaram de lar.
Usando esse espaço único para ilustrar as transformações ocorridas em diversas eras, desde os primórdios da humanidade. Richard e Margaret são um casal prestes a deixar o lar onde colecionaram uma emocionante jornada de amor, perdas, risos e memória, que transportaram desde o passado mais distante até um futuro próximo.
Apresentando uma viagem pela linha do tempo da humanidade, contada de forma emocionante e surpreendente, onde tudo acontece em um único lugar: Aqui.
Com uma premissa audaciosa e um elenco de peso, “Aqui”, chega carregado de expectativas. E, embora a proposta seja tecnicamente brilhante, sua execução deixa espaço para interpretações diversas, um prato cheio para quem adora um drama com nuances.
“Aqui” é um exercício de minimalismo cinematográfico. A câmera permanece fixa no mesmo ponto durante toda a narrativa, enquanto as mudanças no tempo e nos personagens trazem dinamismo à trama.
E aí está o ponto forte do filme: o olhar delicado sobre as vidas comuns e os dramas que se repetem, mesmo que os tempos mudem. Zemeckis usa com maestria efeitos digitais para envelhecer e rejuvenescer os personagens, e os cenários mudam de forma fluida, levando o espectador em uma viagem visualmente fascinante pelas décadas. Não dá para negar que o filme é uma experiência estética poderosa.
No entanto, “Aqui” pode dividir opiniões por outro motivo: sua obsessão por conectar os personagens aos grandes acontecimentos históricos. Em vez de deixar a história fluir naturalmente, o roteiro de Eric Roth muitas vezes parece forçar essas conexões, o que pode soar artificial. Apesar disso, há quem veja esses momentos como um charme adicional, uma forma de lembrar que as vidas individuais estão sempre entrelaçadas com o contexto maior.
As atuações, por outro lado, são um destaque incontestável. Tom Hanks e Robin Wright, já conhecidos por sua química em Forrest Gump, entregam performances sutis e cheias de humanidade. Paul Bettany e Kelly Reilly também brilham, construindo personagens que transbordam emoção e credibilidade.
Se há algo que falta em “Aqui”, talvez seja um pouco mais de paixão narrativa. Embora visualmente impressionante, o filme às vezes parece mais interessado em sua própria grandiosidade técnica do que nas histórias que conta. Ainda assim, é impossível não admirar a ousadia do projeto.
No final, “Aqui” é uma experiência única, que certamente vai atrair diferentes leituras. Para alguns, é uma celebração sensível da passagem do tempo e das conexões humanas. Para outros, pode parecer um pouco engessado em suas ambições. Seja como for, é um lembrete de que o cinema ainda pode surpreender com ideias que fogem do lugar-comum, e isso, por si só, já é digno de aplausos.
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