quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Conclave [Crítica ]


 Título no Brasil: Conclave 

Título Original: Conclave 

Ano: 2025

País: Estados Unidos e Reino Unido 

Direção: Edward Berger

Roteiro: Peter Straughan

Elenco: Raloh Fiennes, Stanley Tucci, Isabella Rossellini 

Nota: 4/5

Por Amanda Gomes


O papa está morto e agora é preciso reunir o colégio de cardeais para decidir quem será o novo pontífice. Em Conclave, acompanhamos um dos eventos mais secretos do mundo: a escolha de um novo Papa.


Lawrence, conhecido também como Cardeal Lomeli, é o encarregado de executar essa reunião confidencial após a morte inesperada do amado e atual pontífice. Sem entender o motivo, Lawrence foi escolhido a dedo para conduzir o conclave como última ordem do papa antes de morrer. 


Assim sendo, os líderes mais poderosos da Igreja Católica vindos do mundo todo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção e deliberar suas opções, cada um com seus próprios interesses. Lawrence, então, acaba no centro de uma conspiração e descobre um segredo do falecido pontífice que pode abalar os próprios alicerces da Igreja. 


Em jogo, estão não só a fé, mas os próprios alicerces da instituição diante de uma série de reviravoltas que tomam conta dessa assembleia sigilosa.


A trama começa com a morte do papa e coloca o Cardeal Thomas Lawrence como o cara que precisa organizar essa bagunça toda. Só que, claro, a eleição papal não é só um evento religioso, mas um baita campo de guerra política. Quatro candidatos se destacam: o progressista Bellini, o conservador Tedesco, o moderado Tremblay e o conservador africano Adeyemi. É óbvio, ninguém ali diz que quer ser papa.  


Ralph Fiennes entrega uma atuação incrível. Seu personagem está exausto, cheio de dilemas e carrega uma calma que é quase irritante de tão bem construída. Enquanto isso, o resto do elenco serve mais como peças do quebra-cabeça, o que faz sentido, porque o foco é todo no Lawrence. Stanley Tucci, por exemplo, é sempre bom, mas não faz nada que surpreenda. Já Sergio Castellitto exagera no drama, mas, sinceramente, gostei.  


A direção acerta em cheio no ritmo e na tensão. Mantém tudo claustrofóbico e, mesmo sem flashbacks, vai construindo um mistério sobre o falecido papa que se revela um gênio político, mesmo morto, ele mexe nas peças do tabuleiro. Só que nem tudo é perfeito. A introdução do Cardeal Benítez como um “cardeal secreto” não só é óbvia, como também parece forçada. É aquele tipo de reviravolta que grita “olha como somos espertos!”, mas que, na real, acaba tirando um pouco do brilho da história.  




Outro ponto que me incomodou foram algumas interferências externas no Conclave. Entendo que são usadas para criar conflito, mas tudo poderia ter sido resolvido dentro do Vaticano mesmo. Esses pequenos deslizes não estragam o filme, mas dão aquela sensação de que ele poderia ser ainda melhor.  


No fim, “Conclave” entrega um thriller tenso e intrigante, mesmo com seus tropeços. É um filme que faz a gente pensar no poder, na política e na resistência da Igreja Católica em mudar. E, olha, se Ralph Fiennes é o condutor desse trem, eu embarco sem pensar duas vezes. Não é perfeito, mas vale muito a pena assistir, nem que seja para sair discutindo o final com os amigos.  

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