quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Maria Callas

 


Título no Brasil: Maria Callas 

Título Original: Maria 

Ano: 2024

País: Estados Unidos 

Diretor: Pablo Larraín

Roteirista: Steven Knight

Elenco: Angelina Jolie, Pierfrancesco Favino, Alba Rohrwacher

Nota: 3/5

Por Amanda Gomes


Um drama biográfico de uma grande artista em busca de sua identidade: Maria Callas foi uma das mais icônicas cantoras de ópera do século XX.


O longa retrata o período em que a soprano greco-americana se refugia em Paris, após uma vida pública marcada pelo glamour e pela turbulência.


O filme revisita os últimos dias da lendária artista, destacando o momento em que ela reflete sobre sua trajetória e identidade na Paris dos anos 1970. Depois de se dedicar ao público e à sua arte, Maria decide encontrar consigo mesma e encontrar sua própria voz e identidade. Esse é um retrato e uma investigação psicológica de uma mulher que teve o mundo ao seus pés e marcada pelos holofotes da fama.


Quando Angelina Jolie surge na tela como Maria Callas, é impossível não se perder no visual deslumbrante. Com sua habilidade única de transmitir força e vulnerabilidade ao mesmo tempo, ela parece feita para esse papel.  


O roteiro de Steven Knight, que tem momentos brilhantes, acaba exagerando ao tentar explicar demais. Cada metáfora, cada diálogo parece cuidadosamente pensado para dizer algo importante sobre Callas mas, em vez de nos deixar sentir, ele nos faz pensar demais.  


A trilha sonora tenta se entrelaçar com as emoções e memórias da protagonista, mas os inúmeros flashbacks quebram o ritmo e fazem o filme parecer mais um documentário poético do que uma narrativa emocionalmente envolvente. Larraín subestima o público ao sobrecarregar a história com informações que poderiam ser transmitidas por um simples olhar ou silêncio.  


E então temos Jolie, que entrega uma performance poderosa, mas que nem sempre recebe o espaço que merece. Knight parece tão obcecado em inserir frases impactantes que quase tudo soa como uma epifania forçada, deixando o público com a sensação de que já ouviu aquelas palavras antes. Apesar disso, Jolie brilha. Cada movimento, cada expressão carrega o peso das perdas e paixões de Callas, fazendo com que, mesmo nos momentos menos inspirados do roteiro, seja impossível desviar o olhar.  




Mas onde “Maria Callas” realmente se destaca é na parte técnica. A fotografia é simplesmente impecável. É capaz de capturar Jolie com uma elegância quase escultórica, brincando com luzes e sombras de uma forma que reflete perfeitamente as dualidades da vida da cantora. A trilha sonora, por sua vez, é um show à parte, trazendo as gravações de Callas de volta à vida e criando um ambiente sonoro que é ao mesmo tempo nostálgico e emocionante.  


No fim, “Maria Callas” é um espetáculo visual e sonoro que exalta o talento incomparável de Jolie e a grandiosidade técnica de sua equipe. Mas falta aquele algo a mais, aquele coração que nos conecte de verdade à jornada de Callas. É como assistir a uma ópera impecavelmente interpretada, mas com um libreto que não faz jus à força da música. Mesmo assim, vale a pena conferir, porque, como Callas, o filme é inesquecível, ainda que imperfeito. 

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