Uma Advogada Brilhante [Crítica]

 

Título Original: Uma Advogada Brilhante 

Ano: 2025

País: Brasil

Direção: Alê McHaddo 

Roteiro: Luiz Felipe Mazzoni, Alê McHaddo

Elenco: Leandro Hassum, Danilo Gentilli, Alê McHaddo

Nota: 3/5

Por Amanda Gomes

Michelle, mais conhecido como Mike um advogado promissor, enfrenta um grande desafio pessoal e profissional. Além de lidar com a constante confusão envolvendo seu nome de origem italiana, frequentemente associado a um nome feminino, ele está pressionado pela necessidade de arcar com todas as despesas de seu filho, sob a ameaça de sua ex-esposa deixar o Brasil com o garoto.

Quando a empresa onde trabalha é adquirida pelo maior escritório de advocacia do país, Michelle vê uma oportunidade de crescer. Contudo, o novo escritório decide demitir vários funcionários, incluindo ele, na tentativa de equilibrar a quantidade de homens e mulheres.

No entanto, por conta da confusão com seu nome, ele é salvo da demissão, desde que assuma a identidade de uma mulher. Decidido a manter seu emprego e garantir a guarda do filho, Michelle adota o disfarce de Dra. Michele. No entanto, manter essa farsa no ambiente de trabalho se torna muito mais complicado do que ele previa.

O roteiro traça duas jornadas para o protagonista: na primeira, ele tenta provar à ex-mulher que é um pai presente, enquanto na segunda, sua nova versão feminina encara desafios diários que toda mulher conhece bem — assédio, interrupções constantes, desvalorização profissional e até roubo de ideias. Entre as cenas do escritório e momentos no tribunal, o filme apresenta diversas situações que, embora exageradas para efeito cômico, são bem reais para quem já viveu na pele.  

Por se tratar de uma comédia, “Uma Advogada Brilhante” não se aprofunda tanto nos dilemas femininos, mas os coloca em cena de forma acessível, especialmente para um público que talvez nunca tenha pensado muito sobre isso. E é aí que entra a escolha certeira de Leandro Hassum no papel principal. Se o espectador que acompanha as comédias do ator conseguir identificar (e se incomodar) com o que sua personagem passa, já temos um passo importante rumo à conscientização.  

Outro destaque vai para a diretora Ale McHaddo, que também interpreta uma advogada e entrega o discurso mais impactante do filme, em plena sala de tribunal. Em uma cena simbólica, enquanto ela fala, todos os outros personagens apenas escutam — e convenhamos, poucas coisas são tão raras quanto uma mulher ser ouvida sem interrupções.  

“Uma Advogada Brilhante” diverte, mas também provoca reflexões. No fim das contas, a mensagem é clara: mulheres são plenamente capazes de ocupar qualquer espaço e as empresas precisam correr para equilibrar essa balança.

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