sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Truque de Mestre: O 3º Ato

 


Título no Brasil: Truque de Mestre: O 3º Ato

Título Original: Now You See Me: Now You Don’t

Ano: 2025

País EUA 

Direção: Ruben Fleischer

Roteiro: Michael Lesslie

Elenco: Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco, Isla Fisher

Nota: 3,5/5.0

Por Amanda Gomes 

Truque de Mestre: O 3º Ato” marca o retorno de uma das franquias mais carismáticas da década passada, e para minha surpresa, o truque ainda funciona… mesmo que eu consiga ver alguns fios puxando nos bastidores.

O filme traz de volta os Cavaleiros originais: J. Daniel Atlas, Merritt McKinney, Jack Wilder e a adorada Henley Reeves. Agora se unindo a uma nova geração de ilusionistas vividos por Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt. A missão da vez envolve uma joia valiosíssima, truques de mágica em larga escala e, claro, uma nova vilã poderosa interpretada por Rosamund Pike.

Logo nas primeiras cenas, fica claro que “Truque de Mestre 3” não pretende reinventar nada. A narrativa aposta no espetáculo visual, no ritmo frenético e naquela energia de “filme pipoca” que a gente assiste com um sorriso leve no rosto. É bobo, brega e assumidamente exagerado, mas é exatamente esse o charme da franquia. É fácil embarcar: tudo gira em torno da arte de enganar com estilo.

A maior força do filme continua sendo o elenco. É visível o quanto todos se divertem em cena, e esse entusiasmo é contagiante. Justice Smith, especialmente, traz frescor e humor natural ao grupo, equilibrando bem com o carisma dos veteranos. Já Rosamund Pike entrega uma vilã que, embora não seja memorável, mantém o tom elegante e misterioso necessário para o jogo de ilusões.



Ainda assim, o longa tropeça nas mesmas armadilhas que tantas sequências recentes: nostalgia demais, ousadia de menos. Entre homenagens aos dois primeiros filmes e o esforço de introduzir novos personagens, a trama perde ritmo e acaba se tornando previsível. É aquela sensação de déjà vu cinematográfico, o tipo de história que entretém, mas não surpreende.

Apesar disso, há algo quase reconfortante em ver o retorno dos Cavaleiros. As cenas de mágica continuam divertidas e bem coreografadas, e o “último truque” do filme consegue fechar a experiência com uma elegância satisfatória. Não é revolucionário, mas é sincero na proposta de entreter e, no fim das contas, é disso que esse tipo de cinema vive.

“Truque de Mestre – O 3º Ato” pode até não causar o mesmo impacto dos primeiros, mas ainda entrega uma boa dose de charme, ação e diversão. É aquele tipo de filme que a gente assiste sabendo que vai esquecer os detalhes no dia seguinte mas enquanto dura, o espetáculo vale o ingresso.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Dollhouse 🎬mistura bebê reborn com o melhor do cinema japonês de terror

 


🎬🎬🎬 FICHA TÉCNICA Direção: Shinobu Yaguchi Roteiro e História Original: Shinobu Yaguchi Elenco: Masami Nagasawa, Koji Seto, Tetsushi, Tanaka, Aoi Ikemura, Totoka Honda, Ken Yasuda, Jun Fubuki Música: Yaffle Tema Musical: “Katachi” – Zutomayo (Universal Music) Produção: Toho, Toho Studio, Django Film Distribuição: SATO COMPANY Duração: 110 minutos Idioma: Japonês (Legendado) País: Japão ELENCO Masami Nagasawa ............... Kae Suzuki Koji Seto ..................................... Tadahiko Suzuki Aoi Ikemura .............................. Mai Suzuki Tetsushi Tanaka ....................... Kanda Totoka Honda ........................... Mei Suzuki Jun Fubuki ................................. Toshiko Suzuki

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Sonhos

 


Título no Brasil: Sonhos

Título Original: Dreams

Ano: 2025

Direção: Michel Franco

Roteiro: Michel Franco

País: EUA 

Elenco: Jessica Chastain, Isaac Hernández, Rupert Friend

Nota: 3,5/5.0

Por Amanda Gomes

Trazendo à reflexão as muitas faces do um dos sentimentos mais poderos e destrutivos que existe, “Sonhos”, novo filme do mexicano Michel Franco, é daqueles que deixam o espectador desconfortável. É um drama carnal, silencioso e tenso, que fala de amor, poder e desigualdade, mas também sobre o quanto podemos nos perder dentro de um relacionamento.

Springsteen: Salve-me do Desconhecido

 


Título no Brasil: Springsteen: Salve-me do Desconhecido

Título Original: Springsteen: Deliver Me From Nowhere

Ano: 2025

País : EUA

Direção: Scott Cooper

Roteiro: Scott Cooper

Elenco: Jeremy Allen WhiteJeremy StrongPaul Walter Hauser

Nota: 2,5/5.0

Por Amanda Gomes

As cinebiografias musicais parecem ter se transformado em um gênero próprio dentro de Hollywood. Existe uma tendência cada vez mais evidente de transformar artistas em produtos de prateleira, embalados com cortes bem-feitos, figurinos meticulosamente envelhecidos e aquele velho arco narrativo de ascensão, queda e redenção. É o “modo automático” de se contar histórias reais: brilho na superfície, vazio no conteúdo. “Springsteen: Salve-Me do Desconhecido”, dirigido por Scott Cooper, se encaixa dolorosamente bem nessa lógica e talvez até a resuma.

O filme tenta recontar o processo de criação de Nebraska (1982), álbum mais introspectivo de Bruce Springsteen, nascido em meio à solidão, à depressão e à auto análise de um artista tentando compreender o próprio vazio. E o mais frustrante é que o material original, tanto biográfico quanto simbólico, tinha tudo para ser fascinante. Mas o que chega às telas não é bem isso.

Jeremy Allen White entrega uma boa performance, com intensidade, mas seu talento acaba preso dentro de uma estrutura previsível demais para permitir qualquer transcendência. Ele reproduz os trejeitos, o olhar distante e até a postura corporal de Bruce, mas o roteiro parece preocupado demais em fazer dele um “Oscar moment” ambulante. Odessa Young, como Faye Romano, uma personagem inventada e composta a partir de várias mulheres da vida real de Bruce, é um dos poucos respiros emocionais do filme. Mas mesmo ela parece existir apenas para preencher lacunas narrativas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

The Mastermind

 Título no Brasil: The Mastermind


Título Original: The Mastermind

Ano: 2025

Direção: Kelly Reichardt

Roteiro: Kelly Reichardt

Elenco: Josh O'Connor, Alana Haim, John Magaro

Nota: 3/5

Por Amanda Gomes 

Ambientado em 1970, sob o pano de fundo da Guerra do Vietnã e do movimento feminista nos Estados Unidos, o longa acompanha James Blaine Mooney, um carpinteiro desempregado que decide virar ladrão de arte amador e acaba se perdendo entre seus próprios devaneios.

Antes do assalto ao museu, James nunca havia roubado nada. A decisão de levar quatro quadros de Arthur Dove surge mais por impulso do que por necessidade. Ele os escolhe por paixão, pendura um deles na própria parede e parece não se preocupar com o que virá depois. É como se o roubo fosse um ato quase poético e infantil. Afinal, em meio à guerra e às tensões sociais, quem se importaria com a falta de algumas pinturas? Guardas dormem, câmeras ainda não existem, e a América vive distraída. Mas quando alguém pergunta como ele pretende transformar as obras em dinheiro, James simplesmente não sabe responder.