quinta-feira, 27 de março de 2025

Novocaine: À Prova de Dor


 Título no Brasil: Novocaine: À Prova de Dor

Título Original: Novocaine

Ano: 2025

País: Estados Unidos

Direção: Dan Berk, Robert Olsen

Roteiro: Lars Jacobson

Elenco: Jack Quaid, Amber Midthunder, Ray Nicholson

Nota: 3,5/5.0


Nathan Caine é um homem introvertido e gentil que nasceu com CIPA, uma rara condição genética que o torna incapaz de sentir dor física. Crescendo sob proteção constante, ele desenvolveu estratégias para lidar com os desafios diários de sua condição, como usar um cronômetro para lembrar-se de necessidades básicas e tomar cuidado para não se machucar inadvertidamente.


Apesar das limitações, Nathan construiu uma vida tranquila como executivo bancário. No entanto, sua rotina muda drasticamente quando seu local de trabalho é alvo de um assalto e um colega de trabalho é feito refém.


Determinado a salvá-lo, Nathan descobre que sua condição, antes considerada uma vulnerabilidade, pode ser sua maior força. Imune à dor e disposto a enfrentar qualquer perigo, ele embarca em uma missão de resgate inesperada, desafiando limites físicos e emocionais. 

Existem filmes que são como aquele fast food duvidoso que a gente sabe que não é exatamente bom, mas que, na hora certa, bate diferente. "Novocaine: À Prova de Dor" é exatamente isso: uma mistura de ação e comédia que não se leva a sério, e nem precisa. O filme entrega uma experiência que oscila entre o clichê e o inesperado, o previsível e o absurdamente divertido. Não vai mudar sua vida, mas pode ser uma ótima pedida para uma noite sem grandes expectativas.

Jack Quaid mais uma vez encarna o típico “cara legal jogado em uma situação extrema”, um papel que já vimos em "The Boys", "Pânico 5" e "Acompanhante Perfeita". Ele é carismático e segura bem as cenas de ação, que, aliás, são um dos pontos altos do filme. O roteiro se apoia na fórmula de “peixe fora d’água”, colocando Nathan em confrontos cada vez mais insanos, enquanto a comédia surge da combinação entre sua total falta de sensibilidade à dor e o caos ao seu redor. Algumas cenas são dignas de "Esqueceram de Mim", só que com muito mais sangue e dentes quebrados.

Os vilões, por outro lado, são totalmente caricatos – e é aí que o filme se perde um pouco. Ray Nicholson, que interpreta o líder dos bandidos, exagera nas expressões e na gritaria, tornando o personagem mais cômico do que ameaçador. Isso não chega a estragar a experiência, mas tira um pouco do peso das cenas mais tensas. Além disso, o roteiro tem alguns momentos de pura conveniência, com planos que dependem de decisões ilógicas e reviravoltas previsíveis. Mas sejamos honestos: ninguém assiste a um filme como esse esperando realismo ou complexidade narrativa.



O grande trunfo de "Novocaine" é saber exatamente o que quer ser.  A montagem é ágil, e a fotografia usa bem os planos fechados para intensificar o impacto das cenas de luta. O filme brinca com referências e homenagens ao gênero de ação, incluindo uma sequência que parece tirada diretamente de "Mortal Kombat". O gore também tem seu espaço, mas sempre de um jeito que flerta com o exagero cômico, sem nunca cair no grotesco.

No fim, "Novocaine: À Prova de Dor" é puro entretenimento. Ele não tenta ser mais do que um filme divertido e despretensioso, e talvez esse seja o seu maior acerto. É aquele tipo de produção que você assiste, ri, se contorce de nervoso em algumas cenas e, no dia seguinte, já esqueceu metade do enredo. Mas, sinceramente? Às vezes, é exatamente isso que a gente precisa.

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