quinta-feira, 3 de abril de 2025

PRESENÇA 🎬Steven Soderbergh nos mostra um terror diferente do que nos acostumamos!


 Título no Brasil: Presença

Título Original: Presence

Ano: 2025

País: Estados Unidos

Direção: Steven Soderbergh

Roteiro: David Koepp

Elenco: Lucy Liu, Chris Sullivan, Callina Liang, Eddy Maday

Nota: 4/5

Por Amanda Gomes 


A trama acompanha o casal Rebekah e Chris que se muda para uma nova casa com seus dois filhos Chloe e Tyler após uma perda chocante. Em crise, a família busca novos ares numa tentativa de restabelecer a normalidade. O que não esperavam era que o lar já estivesse ocupado e, à medida que enfrentam as dificuldades típicas de uma família com adolescentes, a presença de uma entidade invisível os observa e desenvolve um interesse estranho por Chloe.


Os eventos domésticos começam, então, a tomar um rumo sombrio e perturbador. 


"Presença" é  um novo experimento cinematográfico que brinca com as regras do terror sobrenatural. Mas não espere sustos fáceis ou clichês de casas mal-assombradas. Aqui, o terror vem de algo mais sutil e incômodo: o simples ato de observar.


A grande sacada do filme é que toda a história é contada do ponto de vista de uma entidade invisível. Sim, a gente enxerga tudo pelos "olhos" desse fantasma (ou seja lá o que for), flutuando pelos cômodos da casa e testemunhando os dramas daquela família sem poder interferir. Esse olhar etéreo cria uma atmosfera voyeurística e incômoda, como se fôssemos espectadores impotentes de um desastre emocional prestes a acontecer.


Na trama, Lucy Liu e Chris Sullivan interpretam um casal que tenta equilibrar os desafios do casamento com a criação dos filhos adolescentes. Entre discussões mal resolvidas e pequenas ranhuras emocionais, algo invisível os observa. Mas o foco da narrativa é a filha mais nova, Rebecca, que lida com a perda da melhor amiga e um relacionamento abusivo. Conforme seu sofrimento cresce, a entidade parece reagir, tornando-se mais presente e, talvez, mais ameaçadora.


O terror aqui não se apoia em gritos e sangue, mas em uma inquietação constante. Pequenos detalhes, como objetos que mudam de lugar ou sombras que se alongam de forma sutil, criam um clima de tensão silenciosa. Soderbergh não está interessado em dar sustos baratos, mas em construir uma sensação de observação incômoda, onde o verdadeiro horror pode estar mais ligado à dor emocional do que ao sobrenatural.


A direção de fotografia é um show à parte. A câmera desliza pelos ambientes com suavidade, criando a sensação de que estamos incorporados a essa presença. O resultado é um filme visualmente hipnótico, que desafia a linguagem tradicional do terror e leva o gênero a um patamar mais reflexivo e emocional.


A força de "Presença" está na maneira como ele usa a fantasmagoria não como um artifício de horror, mas como uma ferramenta para explorar temas como luto, culpa e solidão. A ausência de uma grande catarse no final pode frustrar quem espera respostas concretas, mas é exatamente isso que torna o filme tão impactante. O verdadeiro terror de "Presença" não está no sobrenatural, mas naquilo que as pessoas carregam dentro de si. E essa é a parte mais assustadora de todas.


Para quem curte ou não o terror, é uma experiência válida e diferente, que até mesmo para aqueles como eu que precisam assistir certas cenas tapando os olhos de medo, é algo realmente interessante e que vale a ida aos cinemas. 


Confira em vídeo no Canal



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